• Cientistas políticos vislumbram cenário apertado para a presidente
Leonardo Guandeline – O Globo
SÃO PAULO - O empate técnico entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) divulgado pelo Instituto Datafolha nesta quinta-feira em simulação de segundo turno está diretamente relacionado à queda na avaliação do governo da presidente. Essa é a opinião do cientista político Fernando Antônio de Azevedo, da Universidade Federal de São Carlos (UFScar). O professor ainda acrescenta que, "pela primeira vez, que a oposição vislumbra uma possibilidade efetiva de ganhar as eleições deste ano".
- Esse dado (empate técnico no segundo turno) está relacionado com a avaliação do governo da presidente. O ruim/péssimo está muito próximo do ótimo/bom, com número expressivo de avaliação regular - avalia Azevedo.
- Pela primeira vez a oposição vislumbra a possibilidade efetiva de ganhar esse segundo turno - acrescenta o cientista político.
Ao comentar a pesquisa de intenção de voto, o professor salienta que as oscilações estão dentro da margem de erro e "a competição está num ponto de estabilidade muito grande", se forem comparados os três últimos levantamentos do Datafolha.
A exemplo de Azevedo, o cientista político Cláudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) acredita que a eleição deve ser muito disputada. Ele observa que, nas simulações de segundo turno, os candidatos da oposição têm apresentado curvas ascendentes nas últimas pesquisas, enquanto que Dilma registra o contrário. Couto salienta que a avaliação positiva do governo da presidente tem tido quedas após uma ligeira recuperação e os índices estão próximos dos registrados após os protestos de julho do ano passado.
- Há uma tendência de piora na avaliação do governo. A melhora após queda em julho do ano passado foi revertida. Houve uma piora com índices num patamar muito parecido com aquele pós-manifestações. E a presidente volta a ter essa pior avaliação às vésperas da disputa eleitoral.
O cientista político acha "altamente improvável" que a eleição seja vencida no primeiro turno.
- Estamos a dois meses e meio das eleições e o governo tem uma avaliação muito negativa. Como a campanha tende a elevar o voto daqueles menos conhecidos do eleitorado, há uma tendência maior de piora para a presidente do que para os outros (Aécio e Campos). É altamente improvável que a gente não tenha o segundo turno. Já no primeiro turno a disputa será apertada para a presidente - acredita Couto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário