- Folha de S. Paulo
Caiu um Boeing-777, com 298 pessoas a bordo, sobre a semana internacional estrelada por Dilma Rousseff em Brasília.
A única certeza era que não foi um acidente e sim um ataque. De quem? É improvável, não impossível, que os rebeldes ucranianos tenham armamento capaz de atingir um avião a 10 km de altitude. Mas as primeiras suspeitas recaíram sobre governos regulares ou, mais precisamente, os da Rússia e da Ucrânia.
Apontar um dos três não é simples, até porque a Ucrânia integrou a antiga União Soviética e seu armamento, ao menos a base da sua tecnologia de defesa, é de origem russa. Ou seja, os dois países e os separatistas têm equipamentos similares.
Um dado considerado relevante por analistas de Brasília é que nem os rebeldes, nem a Rússia, que acaba de sofrer novas sanções dos EUA e da UE, nem a Ucrânia, que já perdeu a Crimeia e enfrenta forças separatistas, teriam interesse numa ação temerária como derrubar o avião de um terceiro país, cheio de civis de diferentes nacionalidades.
Logo, o ataque não foi, obrigatoriamente, intencional. Parece inacreditável, mas erros acontecem e, de qualquer forma, o episódio aumenta a tensão entre Rússia e Ucrânia e a desconfiança sobre Vladimir Putin.
E por que a tragédia caiu sobre a semana de Dilma? Por dois motivos. O primeiro é que o acidente relegou ao segundo plano a visita do presidente da China, Xi Jinping, importante e com resultados concretos (a venda de 60 jatos da Embraer, por exemplo). O segundo é que, com derrubada do Boeing, ataque de Israel a Gaza, sanções à Rússia, queda das Bolsas..., o ambiente internacional se deteriora num momento de fragilidade da economia brasileira.
Nesta quinta (17) mesmo, duas notícias negativas: retração econômica em maio e a pior geração de empregos de junho em 16 anos. Como a desculpa de Dilma para a economia medíocre é o ambiente internacional, não deve melhorar tão cedo.
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