• Tucano classifica aliança com integrantes da sigla como ‘extraordinária’; Pezão não compareceu ao evento
Juliana Castro e Rafaela Marinho – O Globo
RIO — Em seu primeiro evento de campanha no Rio, o presidenciável Aécio Neves (PSDB) caminhou pelas ruas de Queimados, na Baixada Fluminense, numa agenda organizada pelos articuladores do “Aezão”, movimento de apoio a sua candidatura e a do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). No discurso feito após a caminhada, o tucano disse que, num primeiro momento, a aliança que uniu peemedebistas, tucanos e democratas causou perplexidade.
Aécio falou sobre a aliança ao se dirigir ao prefeito de Queimados, Max Lemos (PMDB), um dos entusiastas do “Aezão”, e ao explicar ao público presente o motivo pelo qual começou a campanha no Rio pela cidade da Baixada Fluminense:
— Não foi por acaso que escolhi Queimados. Max, você participou desde o primeiro instante dessa extraordinária articulação política que o Brasil inteiro, num primeiro momento, viu com alguma perplexidade, mas, num segundo momento, passaram a aplaudir — afirmou Aécio. — Fizemos uma aliança em favor de Rio de Janeiro.
Aécio participou pessoalmente da costura da aliança fluminense, que trouxe o PSDB, DEM e PPS para o palanque de Pezão. Foi oferecida a vaga de candidato ao Senado a Cesar Maia (DEM), que desistiu de disputar a sucessão estadual. O pacto entre os partidos chegou a ser classificado como “bacanal eleitoral” pelo prefeito Eduardo Paes.
No discurso, o tucano falou rapidamente sobre economia, dizendo que, “infelizmente, a inflação está nos atormentando mais uma vez”. Ele criticou também o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), sua adversária nesta eleição, em outras duas áreas, como a Saúde e a Segurança Pública. Aécio disse que diminuiu a participação do governo federal no montante de recursos destinados à Saúde e que os prefeitos estão arcando com isso.
Aécio pediu aos presentes que ajudassem a eleger os candidatos a deputados presentes porque não poderia fazer nada se não tivesse o apoio no Congresso. O tucano, que recebeu o título de cidadão de Queimados no palco, lembrou que, certa vez em um debate, disseram que ele tinha o defeito de ficar mais no Rio que em Minas, apesar de ser mineiro.
— Eu disse que se gostar do Rio é um defeito, é um defeito que aumenta na minha alma — afirmou aos presentes.
Pezão não participa de evento
Candidato ao Senado na chapa do PMDB, o vereador Cesar Maia (DEM) esteve presente e discursou brevemente. O democrata afirmou que Pezão ligou para ele antes do evento dizendo que não poderia comparecer porque estava em horário de expediente, mas que mandava um caloroso abraço a todos.
Durante a caminhada, Aécio disse ao GLOBO que deve ter agenda no Rio ao menos uma vez por semana e que, na próxima sexta-feira, vai a Vigário Geral conversar com jovens, numa agenda organizada pelo coordenador do Afroregae, José Junior, coordenador de seu programa de governo na área de juventude.
Antes da caminhada, Aécio declarou em entrevista que começa agora um novo momento na corrida presidencial e aproveitou para alfinetar Dilma:
— Começa uma nova etapa da campanha, com o contato físico, olho no olho. O candidato tem que transmitir confiança ao eleitor. Como aqui e Queimados, vou andar o Brasil inteiro. Meu companheiro de viagem é a verdade. Não sei se a presidente da República tem condições de olhar nos olhos daqueles que nela confiaram e que foram decepcionados por ela, como mostram todas as pesquisas que querem a mudança.
O presidenciável começou a caminhada na Praça dos Eucaliptos e seguiu pela passarela da linha férrea, onde houve reclamações dos passageiros do trem por conta da confusão. Aécio estava cercado de correligionários e tinha dificuldade de cumprimentar outros eleitores.
Aécio e o presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, conversaram nesta sexta e o tucano ficou de entregar neste fim de semana pelo menos cinco datas para que o peemedebista marque as agendas no estado. Aécio escolheu Picciani para coordenar sua campanha no Rio.
Estiveram na caminhada o vice na chapa de Pezão, senador Francisco Dornelles, e os presidentes do PSD do Rio, Indio da Costa, e do PSDB no estado, Luiz Paulo. O prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Burnier (PMDB), que dias atrás ameaçou abandonar o barco de Dilma, foi ao ato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário