- Folha de S. Paulo
Dilma Rousseff tem uma taxa de rejeição resiliente, tanto a pessoal quanto a de seu governo.
Ainda assim, ela lidera a pesquisa Datafolha sobre a corrida presidencial. Se vencer, terá ostentado um recorde neste momento da campanha. Desde 1994, nenhum candidato a presidente vitorioso era rejeitado por 35% em meados de julho.
No caso da rejeição ao governo Dilma, agora em 29%, trata-se também de recorde na comparação com outros presidentes que tentaram a reeleição. Em julho de 1998, a administração do tucano Fernando Henrique Cardoso era considerada ruim ou péssima por apenas 19%. Em 2006, nesta mesma época, 21% rejeitavam a forma como o petista Luiz Inácio Lula da Silva conduzia o país.
A reprovação a Dilma parece ser mais do que uma birra passageira de um setor do eleitorado. A presidente trabalha há um ano para reverter esse quadro. Desde as manifestações de rua de junho de 2013, o Palácio do Planalto adotou várias medidas. Importou médicos do exterior. Inundou as TVs com comerciais. A petista voltou a falar mais com a mídia e com políticos. Nada adiantou.
A Copa foi um sucesso no entender da maioria dos brasileiros. O clima no país ficou mais ameno, apesar da derrota em campo. Nesta semana, quando o Datafolha coletava dados, Dilma estava recebendo mais de uma dezena de chefes de Estado. Fazia o "papel de rainha", como gosta de descrever o marqueteiro João Santana. Ganhou "mídia espontânea" a favor em todos os telejornais.
Ainda assim, a rejeição da presidente manteve-se recorde. O horário eleitoral em agosto pode, em tese, ajudá-la. Mas se propaganda estatal maciça na TV não fez efeito no último semestre, porque haveria o impacto positivo mais adiante?
Em suma, a sucessão está aberta. Só que a situação prospectiva de Dilma é incômoda quando se compara o desempenho da petista ao de seus antecessores que foram reeleitos.
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