• Declaração foi dada na Baixada Fluminense, em evento de campanha com militância paga; cada cabo eleitoral levou R$ 30
Luciana Nunes Leal - O Estado de S. Paulo
RIO DE JANEIRO - O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse nesta sexta-feira, 18, que a presidente Dilma Rousseff não tem condições de andar na rua e ter contato direto com o eleitor.
“Está se iniciando uma nova etapa da campanha eleitoral, que é esse contato físico, olho no olho. O candidato tem de transmitir confiança para o eleitor. Vamos andar o Brasil inteiro, e minha companheira de viagem é a verdade. Não sei se a presidente da República tem hoje condição de andar o Brasil e olhar nos olhos daqueles que nela confiaram e se decepcionaram”, afirmou o tucano, que fez uma caminhada no centro de Queimados, na Baixada Fluminense.
Pelo menos 150 cabos eleitorais, contratados por R$ 30 para um dia de trabalho, seguravam bandeiras com o nome de Aécio e do movimento “Aezão”, que prega voto no tucano para o Planalto e em Luiz Fernando Pezão (PMDB) para o governo do Rio. Os contratados, porém, diziam ter dúvidas em relação à aliança informal – o PSDB foi oposição por mais de sete anos ao governo de Sérgio Cabral e de Pezão, que era vice. “Quando começar a propaganda na TV é que a gente vai conhecer melhor os candidatos”, afirmou a dona de casa Regina Pereira, mãe de quatro filhos. Contratada como cabo eleitoral, ela chegou às 15 horas à Praça dos Eucaliptos, ponto de encontro da caminhada.
Ao ver Regina com a bandeira, uma amiga dela, Iara Barros, quis saber quanto recebe um cabo eleitoral e como ser contratada para esse trabalho. “Ganhar algum dinheirinho para a eleição seria bom. Já vi o Aécio na TV”, disse Iara ao Estado.
Ao som do jingle cujo refrão diz “o povo nas ruas aprova a união, o Rio de Janeiro vai de Aécio e Pezão”, Aécio não estava acompanhado de Pezão, que já declarou que dará palanque eleitoral para três candidatos ao Planalto: além de Aécio, para a presidente Dilma (PT) e para o Pastor Everaldo (PSC).
A heterodoxia das alianças foi classificada pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), como “bacanal eleitoral”. / Colaborou Wilson Tosta
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