• Candidato afirma que petista, que já foi presidente do conselho administrativo da petroleira, tem que falar sobre possível fraude
Ana Fernandes e Isadora Peron – O Estado de S. Paulo
O candidato a presidente pelo PSB, Eduardo Campos,criticou a estratégia da presidente Dilma Rousseff de dizer que é o Congresso Nacional quem deve se explicar sobre uma possível fraude em depoimentos da CPI da Petrobras no Senado. O candidato do PSB argumentou que a presidente tem responsabilidade, por ter sido presidente do conselho administrativo da Petrobras por oito anos e por ser presidente da República. "Há uma CPI para apurar malfeitos, se faz uma articulação com senadores da base dela e com gente do governo para treinar as perguntas e as respostas antes. E ela dizer que não tem nada a ver com isso? Quem é que tem a ver com isso então?", questionou.
"Isso só faz a população ficar mais descrente na política, só faz a gente ter mais razão. Não dá mais pra continuar desse jeito, o Brasil precisa de um outro jeito de governar", disse Campos, após participar de um evento com jovens e ao lado da companheira de chapa, Marina Silva, em São Paulo.
Segundo reportagem da revista Veja, publicada no fim de semana, as perguntas a serem feitas na CPI do Senado, à presidente da estatal, Graça Foster, seu antecessor, José Sérgio Gabrielli, e ao ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró, foram combinadas com antecedência.
Marketing. Campos aproveitou para criticar seu outro adversário na corrida eleitoral, Aécio Neves. Segundo o candidato do PSB, Neves, faz "marketing" político ao prometer criar o Ministério da Infraestrutura e extinguir o da Pesca.
"Eu preferia saber quais são as ideias dele para a pesca e para a infraestrutura, porque, no tempo que o partido dele governou, a infraestrutura do Brasil não avançou praticamente nada", afirmou Campos, em referência aos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Assim como Aécio, Campos tem prometido reduzir o número de ministérios. O candidato do PSB, no entanto, diz que só falará quais pastas cortará depois da eleição, caso seja eleito. Nós vamos apresentar o programa e depois, na transição, a estrutura. Porque apresentar a forma antes do conteúdo, sinceramente, é mais marketing do que ter a responsabilidade de mudar o Brasil", disse.
Aécio falou sobre o assunto em uma sabatina realizada hoje pelo site de notícias G1. Segundo o tucano, a pasta da Infraestrutura reunirá setores como transporte e energia.
Autonomia do BC em lei. Questionado sobre a possibilidade de seu programa de governo trazer uma proposta de projeto de lei que institucionalize a autonomia do Banco Central, Campos não respondeu. Disse que não falaria sobre a questão, pois o tema em debate no evento com estudantes era educação.
Na semana passada, o coordenador do programa Maurício Rands disse ao Broadcast Político que já estava definido entre a equipe de campanha que o programa defenderia a independência do BC por meio de projeto de lei
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