- Folha de S. Paulo
Difícil dizer o que é pior: assessores do governo e das lideranças do governo e do PT no Senado redigindo "gabarito" para fazer da CPI da Petrobras uma farsa, ou o governo Lula transformando o Sesi num antro de pelegos ricos de fazer inveja à ditadura militar.
Uma fita amadora obtida pelo repórter Hugo Marques deixa a CPI, a Petrobras e o governo federal numa posição delicada. Foi Dilma quem acusou a Petrobras de fazer um negócio danoso com a compra da refinaria de Pasadena. Agora é a equipe de Dilma no Congresso e no Planalto que prepara a defesa de Graça Foster, José Sérgio Gabrielli e Nestor Cerveró, providenciando as perguntas da CPI e até as respostas que dariam?!
Se for assim, os servidores, sobretudo o do Planalto, fizeram um serviço de ética questionável, os senadores se prestaram a um papel lamentável, e o que dizer de Foster, Gabrielli e Cerveró? Eles não tinham respostas autônomas? Papagaiaram mentiras?
O mais grave é Cerveró, que assumiu dois papéis nesse teatro: foi acusado por Dilma de fazer um parecer falho e incompleto que a induziu a a erro; e agora é defendido pelo próprio governo de Dilma, que lhe teria enviado um script pronto para... rebater o que a própria presidente da República disse publicamente.
Dedução lógica: os escândalos da Petrobras estão associados aos governos Lula e Dilma e é preciso amenizar seus efeitos na campanha. Só isso explica ligar a máquina do Planalto para salvar até mesmo Cerveró.
Já o repórter Murilo Ramos mostrou que uma das noras de Lula (R$ 13,5 mil por mês), a mulher do mensaleiro João Paulo Cunha (R$ 22 mil) e três outros petistas de carteirinha (mais de R$ 30 mil cada um) foram contratados pelo Sesi depois de 2003, já no governo Lula, não necessariamente para trabalhar. Aliás, nem mesmo para dar expediente como os meros mortais.
O bom da história é que a denúncia partiu de funcionários que levam o Sesi a sério. Se a moda pega...
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