• Fórum também será usado pelo governo para apresentação da nova equipe econômica à elite do empresariado mundial
Rafael Moraes, Moura Tânia Monteiro - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Aconselhada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff acertou sua ida ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, entre 21 e 24 de janeiro. A viagem marcará uma ofensiva do Palácio do Planalto para atrair mais investimentos, reconquistar a credibilidade da economia e evitar uma perda do grau de investimento concedido pelas agências internacionais de classificação de risco.
A passagem de Dilma por Davos, apurou o Estado, também servirá para apresentar a nova equipe econômica à elite do empresariado mundial - o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deverá integrar a comitiva, além do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que a acompanhou em 2014.
No Planalto, avalia-se que Davos é uma vitrine indispensável em um momento crucial para o governo, que faz ajuste fiscal nas contas públicas na tentativa de retomar a trajetória de crescimento econômico.
Esta será a segunda vez consecutiva de Dilma no fórum.
Em Davos, Dilma deve expor as linhas gerais de atuação do governo para garantir rigor fiscal e orçamentário, segundo auxiliares, além de vender o programa de concessões em portos, ferrovias e rodovias a investidores estrangeiros, ressaltando os esforços em reduzir os gargalos de infraestrutura no País. Mais uma vez, reiterar o convite a empresas de outros países para investir por aqui.
A escolha do novo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, visto como um nome de perfil mais agressivo na negociação de acordos comerciais, é outra cartada para sinalizar o rumo do novo governo.
Rebaixamento. O Brasil é um dos mercados emergentes candidatos a um rebaixamento pelas principais agências de rating em 2015, na avaliação de economistas do banco Barclays. Na lista dos mais cotados para um corte na nota também estão a Rússia, África do Sul, Turquia, Ucrânia, Sérvia, Gana, Nigéria, Angola, Mongólia e Bahrein.
Conforme decreto publicado na edição de quinta-feira do Diário Oficial da União, a presidente Dilma Rousseff e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, limitaram a 1/18 (um dezoito avos) do projeto do Orçamento de 2015 o valor mensal das “despesas correntes de caráter inadiável” que poderão ser feitas pelos órgãos do Poder Executivo até a aprovação da Lei Orçamentária deste ano. A medida é mais um esforço na contenção de despesas.
Antes, o governo anunciou medidas para tornar mais rígido o acesso a benefícios previdenciários e trabalhistas - espera-se uma economia de cerca de R$ 18 bilhões por ano.
Em seu discurso de posse, Dilma destacou que as mudanças que pretende implantar no segundo mandato “dependem muito” da estabilidade e da credibilidade da economia. “Sempre orientei minhas ações pela convicção sobre o valor da estabilidade econômica, da centralidade do controle da inflação e do imperativo da disciplina fiscal, e a necessidade de conquistar e merecer a confiança dos trabalhadores e dos empresários.”
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