Fernando Taquari – Valor Econômico
SÃO PAULO - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta segunda-feira que os pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff não “podem ser tratados como recurso eleitoral”.
“Eu não mudei minha opinião. Impeachment não pode ser tratado como recurso eleitoral. Não podemos transformar o Brasil numa republiqueta, que não é”, afirmou o Cunha ao responder a uma pergunta de um empresário durante evento na capital paulista.
“O impeachment é decisão política. Não é um processo simples. Tem que ter base legal para isso. Vou tratar todos (os pedidos) de forma técnica”, declarou o pemedebista, acrescentando que dará andamento aos processos caso haja fundamento jurídico.
O presidente da Câmara enfatizou que sua decisão de virar oposição não irá interferir nos processos que tramitam na Câmara e pedem o afastamento da presidente Dilma. Além disso, ressaltou que não pediu o apoio de nenhum parlamentar para segui-lo em seu posicionamento.
Cunha, que rompeu com o governo há dez dias, justificou a postura e voltou a acusar o Executivo pela citação do seu nome nas denúncias de corrupção investigadas no âmbito da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.
“Fui vítima de uma violência com as digitais bem definidas. Não podia me acovardar e não reagir. Ce rtamente teria uma (denúncia) atrás da outra (caso não reagisse).” Questionado sobre quem teria incluído seu nome nas investigações, Cunha citou o Executivo ao declarar que o Planalto tentou evitar sua eleição para a presidência da Câmara e a continuidade de seu trabalho à frente da Casa.
As declarações motivaram aplausos da plateia, composto por 502 empresários, segundo a organização do evento.
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