Andréia Sadi, Marina Dias, Mariana Haubert e Valdo Cruz - Folha de S. Paulo
Menos de uma semana após ministros do PT apoiarem uma aproximação entre governo e oposição, a presidente Dilma Rousseff criticou a ideia em reunião fechada, nesta segunda-feira (27).
Em encontro com sua coordenação política, Dilma classificou a defesa pública do diálogo com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de "absurda".
Ninguém citou nominalmente Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social) e Jaques Wagner (Defesa), mas o recado foi dirigido à dupla, que apoiou publicamente na semana passada a ideia de uma conversa entre o ex-presidente Lula e Dilma com FHC.
Como a Folha revelou, Lula autorizou amigos em comum a procurar Fernando Henrique e propor uma conversa entre os dois sobre a crise política.
O objetivo imediato da aproximação seria buscar conciliadores que pudessem frear os líderes oposicionistas que defendem o impeachment de Dilma. Além de FHC, Lula também procurou o senador tucano José Serra (SP).
As declarações irritaram dirigentes petistas, principalmente após o ex-presidente tucano vir a público dizer que não é hora de conversar com o governo e que nenhuma agenda que não fosse pública pareceria "conchavo".
O senador e presidente do partido, Aécio Neves (PSDB-MG), endossou nesta segunda (27) a posição de FHC.
"Em torno do que o ex-presidente Lula quer discutir com o ex-presidente FHC? Só se for para ele fazer um mea-culpa e assumir a responsabilidade por tudo o que está aí. Ou então querem é criar um pano de fundo para mostrar que somos todos iguais ao PT. Não somos. Nossa aliança é com o povo", disse.
Ele sinalizou ainda que não há espaço para este tipo de diálogo no momento. "Não se conversa com quem não se confia e nós não confiamos no PT", disse.
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