• Propagandas também serão usadas para mostrar unidade do partido
Maria Lima – O Globo
BRASÍLIA — O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, disse nesta segunda-feira que está discutindo com os líderes dos movimentos de rua como participar da manifestação nacional do dia 16 de agosto. Na próxima semana, o PSDB vai veicular inserções no rádio e TV estimulando “os cidadãos indignados” com a crise política e econômica a irem para as ruas externar sua indignação. Ele disse que, desta vez, pode participar como cidadão, não como presidente do PSDB, o que deve ser feito também por lideranças de todos os partidos de oposição. As inserções também serão usadas para mostrar a unidade do partido, com falas do governador Geraldo Alckmin, Fernando Henrique, José Serra e outros tucanos.
Segundo Aécio, as inserções vão ser usadas para mostrar que o PSDB não busca alianças com o PT, mas sim com a sociedade, que a aliança do partido será com movimentos populares representativos da sociedade.
— O PSDB não vai ser o protagonista dessa manifestação do dia 16, mas vai participar como um segmento da sociedade. Nas inserções, vamos dizer que os que estiverem indignados ou arrependidos ao voto do passado, aos que cansaram da mentira e da incompetência que nos trouxeram para o isolamento no qual nos encontramos, que devem participar da marcha do dia 16. Vamos estimular a participação dos nossos companheiros. Se decidir, vou como cidadão — disse Aécio.
O tucano disse que nas primeiras manifestações houve uma resistência à participação de políticos, mas que de, lá para cá, as coisas evoluíram e ele está se aproximando das lideranças dos movimentos que preparam a nova marcha.
— Há movimentos distintos. Uns pedem impeachment, outros até intervenção militar. Nosso apoio a marcha e aos movimentos busca uma saída dentro da ordem democrática. Tenho conversado com os líderes dos movimentos. Se desconsideramos que existe essa realidade da indignação da sociedade, vamos ficar a margem. As cobranças são enormes — disse Aécio.
Ele disse que a tentativa de lideranças do PT de se aproximar das oposições só serviu para mostrar que precisam se aproximar mais ainda de setores da sociedade, do qual o PSDB é hoje o maior porta-voz.
— Em torno do quê o ex-presidente Lula discutiria com o ex-presidente Fernando Henrique? Só se for para ele fazer um mea-culpa e assumir a responsabilidade por tudo que aí está. Ou então querem é criar um pano de fundo para mostrar que somos todos iguais. Mas nós não somos iguais ao PT. Nossa aliança é com o povo — disse Aécio.
O presidente do PSDB admitiu que os parlamentares tucanos se aliaram ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na votação de pautas que interessavam ao partido e ao país. Mas negou que o PSDB tenha apoiado a eleição do peemedebista, pois apoiou a candidatura do deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
— O fato concreto é que houve uma convergência de interesses na pauta da oposição . Mas o presidente Eduardo Cunha vai ter que se explicar — disse Aécio.
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