• Bumlai, segundo colaborador, pediu R$ 2 milhões para nora do petista
Por Renato Onofre – O Globo
SÃO PAULO - Acusado pelo delator Fernando Soares, o Fernando Baiano, de pedir propina de R$ 2 milhões para, supostamente, pagar uma dívida de uma nora do ex-presidente Lula, o empresário José Carlos Bumlai dividia em São Paulo, até o início da Operação Lava-Jato, o mesmo escritório usado por Fábio Luiz Lula da Silva e Luiz Claudio Lula da Silva, filhos de Lula.
Em sua delação, Baiano disse que se encontrava com Bumlai no endereço usado pelo empresário na capital paulista, justamente o prédio comercial onde funcionava também a LLCS, em nome dos filhos do ex-presidente.
Em depoimento à Procuradoria Geral da República, Baiano relatou ter frequentado mais de uma vez o local. Em uma das visitas, Bumlai teria prometido marcar um encontro com Lula e representantes de empresas assessoradas por Fernando Baiano.
Salas alugadas estão fechadas
O painel de informação do hall do edifício Office Brigadeiro já não tem mais as placas com os nomes das empresas de Bumlai e dos filhos de Lula no conjunto 61. O endereço, no número 3.530 da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, na capital paulista, não é mais usado pelos empresários como sede dos negócios desde o ano passado.
Bumlai foi o primeiro a sair do edifício. A empresa São Fernando deixou de funcionar no local no mesmo período da deflagração da primeira fase da Lava-Jato. Quem viu Bumlai circular pelos dez andares do prédio lembra da forte estrutura que o cercava. Era comum ver o empresário chegar em utilitários blindados, acompanhado de seguranças:
— Parecia filme. Ficava gente vigiando a portaria enquanto ele estava lá em cima — relatou um manobrista ao GLOBO.
Se continuasse no local, Bumlai pagaria hoje cerca de R$ 11 mil por mês pelo aluguel das salas, que ocupavam pouco mais da metade do andar. O edifício, que pertence a uma construtora, tem entrada privativa e lanchonete no térreo.
O filho mais novo de Lula, Luiz Cláudio, usava o local para encontrar empresários de marketing esportivo. Ao GLOBO, funcionários confirmaram que os dois negócios funcionavam no mesmo local.
A defesa de Bumlai não quis comentar sobre o uso da sala, nem quem a frequentava. A defesa nega que o empresário tenha negociado propina para o ex-presidente Lula ou seus filhos. O GLOBO não conseguiu contato com os filhos do ex-presidente.
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