Gustavo Uribe – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - Organizador do congresso da Fundação Ulysses Guimarães, o ex-ministro Moreira Franco avalia que, diferente do PT e do PSDB, o PMDB tem uma proposta para tirar o país da crise econômica e considera um erro a recriação da CPMF, imposto proposto pelo governo Dilma Rousseff.
Ele reconhece que o partido tem "alguma responsabilidade" do ponto de vista político sobre a situação do país, mas joga nas costas do PT os problemas econômicos.
"Na área econômica, as decisões tomadas, erradas muitas delas, não temos responsabilidade nenhuma, porque o partido nunca participou da formulação das políticas econômicas principais."
Folha - O PMDB deve deixar o governo da presidente Dilma?
Moreira Franco - Não estou preocupado com isso e imagino que a maioria do partido também não. Estamos voltados a apresentar uma solução para sair da pior crise econômica de nossa história. Temos quase 40 partidos, e o único que apresentou um programa com começo, meio e fim à sociedade brasileira foi o PMDB.
O partido participou desde o inicio do atual governo. A legenda também deve ser responsabilizada pela crise econômica?
É claro que alguma responsabilidade nós temos do ponto de vista político geral. Agora, na área econômica, as decisões tomadas, erradas muitas delas, não temos responsabilidade, porque o partido nunca participou de nenhuma decisão na formulação das políticas econômicas e públicas principais.
Em que pontos o senhor considera que o PMDB difere do PT e do PSDB?
Nós temos hoje uma proposta, sabemos como tirar o país da crise econômica e queremos nos preparar para contribuir com o país.
Que mudanças devem ser feitas na política econômica?
A principal é a responsabilidade fiscal. O problema fiscal é gravíssimo e nós não sabemos qual o deficit deste ano. É impossível, nem dona de pensão consegue fazer uma gestão adequada dessa maneira.
A defesa da recriação da CPMF pelo governo é um erro?
É um erro. Você defende o que você já experimentou e rejeitou? Além disso, a solução para a crise econômica não é aumentando impostos ou criando novos tributos, mas um plano econômico.
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