Machado da Costa – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - A candidata derrotada em 2014 e presidente do partido Rede, Marina Silva, criticou a atitude do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, após ser levado pela Polícia Federal para depor coercitivamente na última sexta (4), conclamou a militância petista a defendê-lo das acusações. Segundo Marina, Lula incita seus partidários a partirem para o confronto, até mesmo físico.
Marina diz ser preocupante a divisão política do país e que isso vem motivando agressões entre pessoas com posições apostas em relação às investigações da operação Lava Jato.
"É triste ver um partido fazer apologia ao confronto para se defender. Qualquer incitação [à violência] é preocupante", diz. "É algo triste ver pessoas se agredindo na rua."
Aproveitando-se do encerramento do congresso do seu partido, Marina declarou seu apoio às investigações feitas pela operação Lava Jato.
De acordo com Marina, a Polícia Federal deve apurar informações sobre supostas condutas ilícitas do ex-presidente. No entanto, o processo deve assegurar o direito de defesa de Lula.
"Não podemos condenar o ex-presidente, mas não podemos desqualificar os indícios de corrupção", diz Marina.
A ex-candidata não viu irregularidades na condução coercitiva determinada pelo juiz Sérgio Moro contra Lula.
"Ninguém está acima da lei. Temos que aguardar o andamento das investigações."
Marina também diz preferir que a presidente seja cassada no TSE, e não pelo processo de impeachment da Câmara.
"O impeachment cumpre a formalidade legal, mas não a finalidade que queremos. O melhor caminho é o processo no TSE, porque julga a chapa Dilma-Temer, devolvendo ao povo a possibilidade de corrigir um erro involuntário, pois foi induzido a ele", afirma.
Segundo ela, mesmo que o processo no TSE demore mais para sair do que na Câmara, seria melhor esperar.
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