• Pesquisa indicando rejeição fez pré-candidato do PMDB expor apoio ao desembarque do governo federal
Fernanda Krakovics e Marco Grillo - O Globo
Guiado por uma pesquisa que indicou alta rejeição à associação com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o pré-candidato do PMDB à prefeitura do Rio e secretário municipal de Coordenação de Governo, Pedro Paulo, fez questão de comparecer à reunião do Diretório Nacional de seu partido, na última terça-feira, que oficializou o desembarque do governo federal e pretendia ser um motor do processo de impeachment.
Pesquisa encomendada pelo PMDB do Rio, segundo integrantes do partido, mostrou que 80,4% da população rejeitam a aliança com o PT. O dado foi a gota d’água para os peemedebistas fluminenses, até então a ala da sigla mais fiel a Dilma, decidirem retirar o apoio ao governo.
A sondagem foi feita logo após a divulgação, em 16 de março, de conversa entre o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e Lula, gravada pela Operação Lava-Jato. No diálogo, Paes presta solidariedade ao petista e classifica como um “absurdo” sua condução coercitiva, pela Polícia Federal, para prestar depoimento. “Aqui o senhor tem um soldado”, diz Paes.
A preocupação do PMDB era com o impacto da declaração do prefeito sobre Maricá, cidade na Região dos Lagos chamada por ele de “uma merda de lugar”. Integrantes do partido disseram, porém, que o desgaste maior foi pela associação com Lula, Dilma e o PT.
Antes desse episódio, Pedro Paulo já fora alvo de manifestantes pró-impeachment que se reuniram em Copacabana, Zona Sul do Rio, em 13 de março.
Na ocasião, o nome do précandidato do PMDB foi citado no carro de som do Vem Pra Rua como um dos apoiadores do governo federal e vaiado pela multidão. Os organizadores aproveitaram para lembrar as denúncias de agressão de Pedro Paulo à sua ex-mulher.
Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, o secretário municipal de Governo não retornou a ligação.
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