• Para Jacob Lew, reformas estruturais permitirão retomada do crescimento
Bárbara Nascimento, Gabriela Valente - O Globo
-BRASÍLIA- O secretário do Tesouro americano, Jacob J. Lew, expressou ontem confiança de que a economia brasileira está retomando o caminho do crescimento. Em passagem por Brasília, durante um tour pela América do Sul, Lew afirmou, momentos antes de se reunir com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que tem visto sinais de melhora por parte do setor privado.
A avaliação feita pela equipe do secretário é que o presidente Michel Temer tem capital político para aprovar as reformas estruturais que o país necessita e estão no Congresso Nacional. Com essa perspectiva e com as mudanças que já foram feitas na condução da economia, a previsão do governo americano é que o Brasil está prestes a retomar o crescimento econômico.
Ontem, Lew disse que as medidas para recuperar a confiança e as reformas estruturais estão no caminho certo para “reorganizar o país” e fazer o Brasil voltar a crescer.
— Temos visto sinais de melhora na economia por parte do setor privado e também oportunidades de mudança na realidade atual do Brasil devido aos importantes passos que têm sido tomados pelo governo para reorganizar o país. Há desafios no caminho à frente, mas entendemos que as reformas estruturais que estão sendo tomadas e o caminho que elas estão criando é o caminho correto para o retorno do crescimento e da força do Brasil — disse o secretário do Tesouro americano, que também foi recebido pelo presidente da República, ontem à tarde.
Lew afirmou que o país está em um momento de recuperação após uma severa recessão, “provavelmente a pior dos últimos cem anos”.
ESTABILIDADE POLÍTICA
Em seu pronunciamento de boas-vindas ao secretário do Tesouro dos EUA, Meirelles lembrou que essa é a primeira visita de um integrante do alto escalão do governo americano ao Brasil depois “das mudanças e dessa nova administração”:
— Para nós, é uma oportunidade importante, porque pretendemos discutir temas macroeconômicos, a avaliação da situação econômica e as perspectivas do Brasil e dos Estados Unidos. Também questões bilaterais, comerciais e outras relativas à intensa cooperação científica e de pesquisa. E ainda discussões sobre questões da área financeira e da área de cooperação internacional.
Nos bastidores do encontro com Temer, Lew conversou com o presidente sobre o momento econômico do país e o controle de gastos. A reforma da Previdência é outro tema que interessa particularmente ao americano. Ele quis entender como as pessoas se aposentam no Brasil com 55 anos de idade, enquanto nos EUA se discute aposentadoria com 75 anos.
— O Brasil tem de fazer uma análise política e econômica para conseguir aprovar a reforma da Previdência — resumiu, sob a condição de anonimato, um oficial do Tesouro americano com conhecimento do momento político do país.
A avaliação do governo americano é que o Brasil é uma democracia forte e que está tomando a responsabilidade de fazer as grandes reformas.
— Sei que a estabilidade política será uma norma — previu um oficial do Tesouro, numa projeção em relação aos próximos dois anos.
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