- Valor Econômico
SÃO PAULO - Foi menos dramático do se imaginava o dia seguinte da eleição de Donald Trump para a Presidência dos EUA. As bolsas de todo o mundo abriram em clima tenso, com quedas relevantes, da ordem de 5%, mas depois se acalmaram. O discurso de vitória conciliador do eleito alimentou a expectativa de que o presidente Trump possa vir a ser mais sensato do que foi o candidato. Até a Bolsa de Nova York, que abriu com forte queda, terminou o pregão em alta de 1,4%.
No Brasil não foi diferente. "Treino é treino, jogo é jogo", disse o chanceler José Serra, que em julho havia chamado a possível eleição de Trump de "pesadelo". A Bovespa abriu em queda acentuada e fechou com variação negativa de 1,41%. O dólar subiu só 1,34%, para R$ 3,21.
O Valor ouviu empresários de vários setores e colheu discursos que, em geral, consideraram relativos os efeitos para o Brasil de um eventual governo protecionista. Marco Polo de Melo Lopes, do Instituto Aço Brasil, disse que presidentes republicanos e democratas sempre sobretaxaram o aço brasileiro.
A Gerdau está otimista, porque produz 35% do aço nos EUA e Trump promete investir em infraestrutura. A Embraer, também com fábrica nos EUA, diz que no curto prazo pode haver repercussões por conta do câmbio, mas acha que Trump terá efeito neutro na demanda mundial de aviões.
Fernando Figueiredo, da Abiquim, não acredita que Trump possa ser mais protecionista que Obama no setor químico. Nas montadoras, a expectativa é que a nova gestão possa até abrir oportunidade para o Brasil e outros países da América Latina, com perda para o México.
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