Por Ribamar Oliveira – Valor Econômico
BRASÍLIA - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que o governo precisa "adotar medidas que estimulem a economia". Para ele, é necessário dar continuidade ao ajuste fiscal. Mas destacou que "ele sozinho não é suficiente para tirar o país da atual crise". Renan informou que esteve em um jantar na noite de segunda-feira com o presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu, quando expressou sua preocupação com os rumos da economia e com a situação política do país. "Eu disse a ele que é preciso destacar o PSDB na moldura do governo", afirmou, em uma referência ao critério que será adotado para preencher o cargo deixado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima. "Isso é fundamental para a travessia até as eleições e para a travessia da economia para uma situação melhor", disse.
Renan afirmou que "o empresariado está desesperado" e que é preciso adotar medidas de estímulo à economia. "O ajuste fiscal é um dever, não há dúvida. Mas é preciso adotar medidas que ajudem a tirar o país da atual crise", afirmou. "Temos que ter uma política que baixe os juros", acrescentou.
Renan disse que o governo Temer não pode correr o risco de repetir a mesma coisa feita pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2015. "O grande erro da presidente Dilma foi o de não compatibilizar o ajuste fiscal com medidas de estímulo à economia", analisou. "Se o governo Temer não adotar medidas de estímulo, vamos ficar encalacrados, da mesma forma que o governo da Dilma."
O presidente do Senado informou que o presidente Temer pensa a mesma coisa. "Ele precisa agora passar dessa percepção para a prática", disse. Renan informou que no dia 15 terá encontros com representantes do setor empresarial do país para avaliar a situação da economia e das empresas.
Renan não quis falar sobre os nomes que estão sendo especulados para ocupar o cargo do ex-ministro Geddel Vieira Lima. "A questão não é de nome. O presidente precisa agregar neste momento", afirmou. Em seguida, Renan contou que defendeu uma maior participação do PSDB no governo. "É melhor um governo sob influência do PSDB ou do Eduardo Cunha?", perguntou em referência ao ex-presidente da Câmara, que foi preso pela Operação Lava-Jato.
As declarações do presidente do Senado foram feitas após a aprovação do nome do economista Felipe Salto para dirigir a Instituição Fiscal Independente (IFI).
Nenhum comentário:
Postar um comentário