- Folha de S. Paulo
Os sinais de trégua na economia se acentuaram na semana passada com a euforia do mercado financeiro. Bolsa em alta, dólar no menor patamar desde 2015, risco-país em queda.
Em janeiro, o Brasil registrou recorde de investimento estrangeiro direto. Lá fora, o país volta aos poucos a chamar a atenção dos investidores. Analistas veem num horizonte próximo melhora na nota de crédito brasileira pelas agências de classificação, dando asas ao fetiche do grau de investimento dentro do Palácio do Planalto.
Embalado pelo clima alvissareiro e apreensivo pela impopularidade crescente, o presidente Michel Temer tenta a qualquer custo patrocinar uma agenda positiva.
Participou da divulgação do calendário da Caixa para os saques das contas inativas do FGTS. Pagou youtubers para falar bem de sua reforma do ensino médio –tema que também foi motivo de aparição presidencial. Topou até anúncio de liberação de venda de estoques públicos de milho.
Nesta semana, deverá surfar em nova onda de boas notícias. O Banco Central reduzirá novamente os juros. A tendência é que mais uma vez corte em 0,75 ponto percentual a Selic e mande recado sobre seus próximos passos. Para frente, é esperada uma redução mais agressiva da taxa básica.
A Receita Federal anunciará o resultado da arrecadação de tributos de janeiro, e números preliminares indicam aumento real pela primeira vez desde 2015 (excluindo-se os recursos da repatriação). O Ministério da Fazenda deverá ainda enviar o novo projeto de socorro aos Estados falidos para o Congresso.
Casa Civil e Fazenda gestam mais iniciativas para turbinar a atividade. Nos bastidores, travam uma queda de braço, com a equipe de Henrique Meirelles tentando barrar medidas populares e com impacto fiscal.
Fogo amigo pouco producente em período de trégua.
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