Por Andrea Jubé e Vandson Lima | Valor Econômico
BRASÍLIA - Consolidada a base aliada no formato desde sempre idealizado pelo Palácio do Planalto, com o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) no comando do Congresso Nacional e Rodrigo Maia (DEM-RJ) reeleito para a presidência da Câmara já no primeiro turno, o presidente Michel Temer reforçou ontem o apelo aos parlamentares pela aprovação das reformas estruturantes. Em mensagem ao Legislativo, Temer afirmou que o país atravessa uma crise, e por isso é o momento de "encarar sem rodeios as grandes reformas de que o Brasil precisa".
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que foi o portador da mensagem presidencial, negou que a eleição de Rodrigo Maia provoque um racha na base governista. A vitória no primeiro turno era um desejo do Planalto para confirmar a efetiva "desidratação" do antigo Centrão, bloco formado por PR, PP, PSD, PTB, PRB e PSC, conforme preconizado por Temer logo que assumiu a interinidade.
Padilha disse que Temer está cuidando pessoalmente da recomposição da base.
De fato, logo após a votação, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), foi recebido por Michel Temer no Palácio do Planalto. Jovair estava acompanhado do presidente do PTB, Roberto Jefferson. Jovair era o principal representante do antigo Centrão. Relator do pedido de impeachment na Câmara, Jovair esperava apoio do Planalto para a presidência da Casa, mas não obteve esse respaldo.
"Tivemos aqui a essência da democracia, que é a disputa. Temer foi o construtor dessa base e já deve, neste momento, ter conversado com os perdedores. Vamos ter uma recomposição da base do governo em sua plenitude", disse o ministro.
Padilha afirmou, ainda, que o governo encara 2017 "como o ano de grande reformas". A reforma da Previdência Social, no calendário governo, "será votada em definitivo no Senado antes de 30 de junho", assegurou. "Quem precisa da reforma são os brasileiros. Se não fizermos, mesmo com o teto [de idade], em 2025 todo o orçamento será para folha de pagamento, saúde, educação e previdência", reforçou.
Foi exatamente este o teor da mensagem de Temer, lida ontem aos deputados e senadores. "É hora de encarar sem rodeios as grandes reformas de que o Brasil precisa, vitais para restaurar a credibilidade que traz investimentos, que gera empregos", diz o documento.
Na mensagem, Temer afirma que a missão mais premente é salvar a Previdência Social. "Sabemos todos que o assunto é sensível - mas é inadiável. Hoje, as contas da Previdência simplesmente não fecham, e a realidade demográfica se impõe", diz o presidente.
Temer alerta os parlamentares que a reforma é fundamental para garantir as aposentadorias de amanhã, para garantir futuro mais seguro para nossos jovens. "E é fundamental, desde logo, para a solidez das contas públicas, para a credibilidade da economia, para novos investimentos, para a geração de empregos", ressalta.
Por fim, Temer afirma que outra prioridade é a recuperação dos empregos, que está atrelada à "readequação trabalhista". Temer defende "regras mais ajustadas à economia contemporânea", sem suprimir direitos. Na conclusão, Temer diz que "em 2016, a verdade triunfou sobre o ilusionismo, e em 2017, a confiança triunfará sobre o desânimo".
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