• Presidente reeleito da Casa confirmou que comissão da reforma previdenciária será instalada na próxima semana; outra prioridade será a reforma trabalhista
Julia Lindner e Igor Gadelha | O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Recém-reeleito presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) voltou a afirmar que a Câmara deve ser "reformista" e precisa atuar com mais protagonismo. "Precisamos terminar 2018 com a certeza de que a Casa comanda a reforma do Estado brasileiro", declarou. Ele confirmou que a comissão especial da reforma previdenciária será instalada na próxima semana, sob relatoria de Arthur Maia (PPS-BA).
Para Maia, foi justamente a condução das matérias econômicas do governo durante a sua gestão que garantiu apoio absoluto da base aliada e da sociedade. Ele espera que a reforma da previdência seja finalizada "o mais rápido possível", porém com tempo suficiente para ampliar o debate sobre o assunto "polêmico". Pelos cálculos do presidente, a tramitação da reforma da previdência deve ser encerrada na Casa até a metade do ano.
Outra prioridade do democrata será a reforma trabalhista. Após ser eleito, Maia afirmou que a comissão especial da proposta também deverá ser instalada em breve, com a designação de Rogério Marinho (PSDB-RN) para a relatoria. Alinhado com o governo, o democrata disse que buscava alguém com tendência liberal para a vaga. Até o final de sua nova gestão, ele planeja ainda discutir o pacto federativo e a reforma política.
Lava Jato. Citado em um acordo de delação premiada da Odebrecht, Maia afirmou que "não teme" a Operação Lava Jato. "O enredo sobre a minha citação é falso", declarou à imprensa. O democrata é alvo de inquérito sigiloso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Para Maia, caberá ao novo relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin, decidir se divulga ou não o conteúdo dos 77 depoimentos da Odebrecht. "A independência do relator tomar todas essas decisões é importante", avaliou.
O presidente reeleito da Câmara não quis comentar a iniciativa do senador Romero Jucá (PMDB-RR) de apresentar um projeto para quebrar o sigilo de todas as delações. "Primeiro eu preciso ler o teor do projeto", respondeu. O novo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), já sinalizou apoio ao texto.
Sobre a ida de Fachin para a relatoria da Lava Jato STF, por meio de sorteio, na manhã desta quinta-feira, Maia declarou que não cabe ao presidente da Câmara analisar a escolha. Ele elogiou a conduta de todos os ministros da Corte e considerou que todos possuem qualidades para exercer a função.
Disputa. Maia, que venceu a eleição em primeiro turno, com 293 votos, afirmou que o resultado não o surpreendeu. "Eu tinha uma expectativa de 300 votos, mas voto secreto sempre tem uma perda, é natural. O importante é que eu venci. Se tivesse tido a quantidade mínima para me eleger, 253 votos, já estaria satisfeito", declarou.
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