Entre os investigados, aparecem Renan Calheiros, Romero Jucá, Jader Barbalho e Eduardo Cunha
André de Souza | O Globo
-BRASÍLIA- Entre os documentos divulgados pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara em razão da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer, há seis inquéritos em segredo de Justiça no Supremo Tribunal Federal (STF). Alguém que queira ter acesso a eles na Corte não vai ter êxito em razão do sigilo. Mas basta ter uma conexão à internet para baixar milhares de páginas no site da Câmara. Entre os investigados, os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, hoje preso.
O inquérito com mais detalhes é um baseado na delação do ex-senador Delcídio Amaral e do executivo Luiz Carlos Martins, da construtora Camargo Corrêa. O objetivo é apurar o pagamento de propina com recursos desviados da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. São suspeitos de terem sido beneficiados: Renan, Jucá e os senadores Jader Barbalho (PMDB-PA), Edison Lobão (PMDB-MA) e Valdir Raupp (PMDB-RO). O relator é o ministro Edson Fachin, que atendeu ao pedido do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e abriu inquérito em junho de 2016.
Há também um inquérito aberto para investigar se Cunha e outros parlamentares usaram seus cargos para pressionar o grupo Schahin. Segundo Janot, a empresa rompeu com Lúcio Funaro, operador de Cunha, em 2008. A partir de então, até a CPI da Petrobras de 2015, foram mais de 30 requerimentos apresentados na Câmara com o objetivo de constranger o grupo. O relator é o ministro Gilmar Mendes.
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