- O Globo
A conta é preliminar e passará por revisão, mas pelos cálculos do economista Paulo Tafner, especialista em contas públicas, o governo perderá entre R$ 80 bilhões e R$ 100 bilhões em 10 anos se ceder novamente aos servidores públicos na reforma da Previdência. O novo recuo poder acontecer com o estabelecimento de regras de transição para quem ingressou no funcionalismo antes de 2003. “A reforma original pouparia R$ 800 bilhões em 10 anos. O texto do relator Arthur Maia baixou para R$ 600 bilhões. Depois, o governo cedeu mais um pouco e o número caiu para R$ 480 bi. Se for confirmada essa nova flexibilização, pode-se perder mais R$ 100 bilhões”, disse Tafner.
Agenda que resta
Sem votos para aprovar a reforma da Previdência, o governo poderá se voltar para outros itens da agenda econômica em 2018. Entre os projetos que precisam de maioria simples para passar pelo Congresso estão a privatização da Eletrobras, a minirreforma do setor elétrico e o novo marco regulatório da mineração. Pelo monitoramento da consultoria Prospectiva, Temer chegou a ter 75% de apoio entre deputados e senadores, antes da divulgação dos áudios da JBS. Hoje, teria apenas 50%, menos do que o necessário para a aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC). “Temer ainda tem força no Congresso, mas não o suficiente para conseguir passar a Previdência”, explicou Ricardo Sennes, da Prospectiva.
Sétimo mais jovem
Levantamento feito pelo economista José Márcio Camargo, da Opus Gestão de Recursos, mostrou que o Brasil é o 7º país com população mais jovem, entre 44 pesquisados. Ao mesmo tempo, 57% do Orçamento já está comprometido com o pagamento de aposentadorias e pensões. “Temos apenas 11% de população idosa, e já gastamos mais da metade do Orçamento com Previdência. Sem a reforma, 100% do gasto será com Previdência daqui a 20 anos. Nosso processo de envelhecimento será muito rápido daqui para frente”, alertou o economista.
Vermelho x azul
A tabela abaixo mostra o resultado de três importantes setores da economia nos últimos três meses. Veja como a recuperação ainda oscila. Na indústria, houve queda forte em agosto, com duas pequenas altas em setembro e outubro. No comércio, foram duas quedas e um mês de alta, enquanto no setor de serviços os últimos quatro meses ficaram no vermelho.
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