Por Daniel Rittner e Fernando Taquari | Valor Econômico
BRASÍLIA E SÃO PAULO - O economista Persio Arida, ex-presidente do Banco Central e um dos sócios do BTG Pactual até meados do ano passado, coordenará o programa de governo do tucano Geraldo Alckmin nas eleições presidenciais.
Duas outras figuras conhecidas do mercado vão atuar no "núcleo duro" de Alckmin em sua corrida ao Palácio do Planalto: José Roberto Mendonça de Barros e Roberto Giannetti da Fonseca.
Os três, inclusive, ajudaram o tucano a montar seu programa de governo na eleição presidencial de 2006, quando Alckmin acabou derrotado no segundo turno pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ontem, ao ser questionado sobre os futuros auxiliares na campanha, o governador desconversou. "Não está nada confirmado. Vamos anunciar daqui alguns dias", disse após participar do leilão de concessão do Trecho Norte do Rodoanel, arrematado pela empresa Ecorodovias.
O anúncio oficial dos nomes deve ser formalizado nos próximos dias pelo próprio presidenciável. Alckmin tem se reunido semanalmente com esse grupo - em contatos individuais ou em conjunto na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes. Eles devem apresentar diretrizes gerais do programa em março, após as prévias do PSDB, em caso de confirmação do governador paulista como candidato à Presidência da República.
Com a decisão de antecipar a escolha da equipe econômica, o tucano parte para a ofensiva em um momento em que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tenta se firmar como candidato e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acumula forças.
Arida é visto como um nome com densidade suficiente para no mínimo frear o avanço de Meirelles e Maia junto ao meio empresarial e financeiro. Pessoas próximas ao grupo, o classificam como o "maestro da orquestra" e escolha natural para a coordenação do programa. Avesso a entrevistas, no entanto, ele prefere não assumir a linha de frente na comunicação.
Giannetti deve atuar como uma espécie de "porta-voz" da campanha. Ele foi secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Já Mendonça de Barros também comandou a Camex e a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda no governo tucano.
Ontem, Alckmin evitou assuntos políticos. Ao celebrar o resultado do leilão do Rodoanel Norte, cuja oferta vencedora ofereceu um ágio de 90,97%, o tucano defendeu uma reforma do Estado brasileiro.
"Isso já estamos fazendo em São Paulo e acho que é necessário ao Brasil", afirmou o governador ao listar o leilão de concessão das linhas 5 e 17 do metrô no dia 19, o edital para os ônibus intermunicipais da Artesp e o plano de privatização da Cesp.
"Diria que é uma reforma do Estado. Há mais que uma crise fiscal [no país], há uma bomba fiscal. Não tem como ser aquele Estado antigo, provedor de tudo. O governo não tem recurso. Sobra dinheiro no mundo e nós precisamos de bons projetos, segurança jurídica regulação".
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