Por Raymundo Costa | Valor Econômico
BRASÍLIA - O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa deve se filiar ao PSB até o fim da semana, sem o compromisso de ser ou de se candidatar à Presidência da República pelo partido. Essa é uma decisão que somente será tomada depois de maio, provavelmente com o lançamento do nome de Barbosa ao Palácio do Planalto.
A filiação de Barbosa sem compromisso com candidatura é apoiada hoje por quase 100% do PSB. A convicção de seus aliados no partido de que ele será o candidato decorre da divisão do PSB: o partido racha na eleição se decidir apoiar o PT e racha se apoiar o PSDB. A opção de ficar sem candidato é considerada a pior.
Barbosa, na avaliação de dirigentes partidários, seria ao menos algo novo numa eleição em que PT, PSDB e MDB entram estigmatizados. Há também o componente racial, quase sempre subestimado pelos analistas políticos. Acredita-se também que Barbosa terá bom desempenho nas pesquisas, assim que seu nome constar das listas, o que reduziria ainda mais as resistências a seu nome no PSB.
O ex-ministro Joaquim Barbosa foi o juiz encarregado do inquérito que apurou o mensalão, o esquema de compra de votos que o PT montou na Câmara dos Deputados. Antes mesmo de Sérgio Moro, o juiz do Petrolão, Barbosa foi o primeiro a condenar políticos e empresários poderosos, como ex-ministro José Dirceu, da Casa Civil de Lula, a empresária Kátia Rebello, do Banco Rural e o publicitário mineiro Marcos Valério.
O apoio do PSB é disputado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O partido também é cortejado pela ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade) e tem uma ala que negocia com o governador Geraldo Alckmin, liderada pelo vice-governador Marcio França. A conversa de Barbosa com o PSB teve altos e baixos. Por fim, ele e o presidente do partido, Carlos Siqueira, concluíram que melhor seria o ex-ministro se filiar e deixar a decisão para depois. Pelo menos ele estará na sigla e legalmente apto para reivindicar a indicação.
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