Por César Felício e Cristiane Agostine | Valor Econômico
SÃO PAULO - Até o fim desta semana, pelo menos oito governadores eleitos em 2014 já deverão ter renunciado ao mandato em busca de outro cargo nestas eleições. Os tucanos predominam entre os que se desincompatibilizam.
Em outros 15 Estados, os chefes do Executivo já anunciaram que tentarão a reeleição. Há três indecisos e um caso especial, o de Tocantins, onde haverá uma eleição suplementar para um mandato de cinco meses.
Embora o mandato dos atuais governadores tenha sido marcado por uma conjuntura econômica de recessão, apenas em dois Estados os atuais governantes decidiram não disputar nenhum cargo. Estão fora das eleições o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), engolfado por graves problemas financeiros e de gestão e o petista Tião Viana, no Acre.
No caso do Rio, a sustentação política de Pezão se deteriorou com a onda de escândalos e prisões que desestabilizou o MDB. O antecessor de Pezão, Sérgio Cabral, de quem era vice até 2014, está preso. No Acre, há uma questão de divisão de poder dentro do PT. Tião está no segundo mandato e o irmão do governador, Jorge Viana, é senador e tentará a reeleição, ao lado do também petista Ney Angelim. Quem tentará o governo é o atual prefeito de Rio Branco, Marcos Alexandre.
Em comum, os governadores que já deixaram ou deixarão seus cargos estão no segundo mandato. O destino preferido pela maioria é o Senado. É o caso do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB); de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); do Pará, Simão Jatene (PSDB); de Sergipe, Jackson Barreto (MDB); e de Rondônia, Confúcio Moura (MDB). Todos já indicaram que renunciarão nesta semana para concorrer a uma vaga de senador.
Eleito governador de Santa Catarina há quatro anos, Raimundo Colombo (PSD) se antecipou e deixou o cargo, em 16 de fevereiro, também para concorrer ao Senado. Já Ricardo Coutinho (PSB), da Paraíba, que até então se disse "indeciso", deve anunciar hoje à imprensa, que disputará uma cadeira de senador.
O único governador que disputará a Presidência é o de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Todos os governadores que estão no primeiro mandato devem tentar a reeleição em outubro, mas o do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, e o do Espírito Santo, Paulo Hartung, ambos do MDB,ainda não anunciaram seu plano para as eleições deste ano. A definição tem de ser feita nesta semana, até o dia 6, prazo máximo para a desincompatibilização do cargo para concorrer nesta eleição.
O caso do Tocantins é complexo. O governador eleito em 2014, Marcelo Miranda (MDB), e sua vice, Cláudia Lélis (PV), foram cassados há onze dias pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acusados de abuso do poder político e econômico. Em junho, o Estado deve eleger um governador para um mandato tampão até o fim do ano. O governador interino é Mauro Carlesse (PHS), que deixou a presidência da Assembleia Legislativa nas mãos de Luana Ribeiro (PDT).
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