Presidenciável do PSDB monta estrutura de comunicação após cobrança de aliados
Pedro Venceslau | O Estado de S.Paulo
Pressionado por tucanos e aliados a melhorar seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) fechou na noite de quinta-feira, 17, o contrato com a equipe de comunicação que será responsável por sua campanha. Os profissionais serão remunerados pelo partido no período da pré-campanha, até 14 de agosto, e depois disso pagos com os recursos do Fundo Público Eleitoral.
Em reuniões fechadas, tucanos e aliados de outros partidos reclamam da postura de Alckmin até aqui. A avaliação de pessoas próximas ao ex-governador é que a agenda pública do tucano é tímida, as redes sociais estão sendo administradas de maneira burocrática e há pouca interação com a imprensa.
A insatisfação levou até um grupo restrito questionar a maneira pela qual Alckmin se desloca pelo País para compromissos em outros Estados. A decisão de usar aviões de carreira – uma opção mais econômica e vista até então como positiva por passar uma imagem de austeridade – foi contestada recentemente.
O grupo vê ainda a necessidade de reforçar as viagens pelo País para agendas fora da participação em feiras e eventos com outros presidenciáveis.
A última pesquisa – divulgada nesta semana, em que ele oscilou entre 4% e 8% – aumentou a pressão para que o PSDB e Alckmin profissionalizassem a campanha.
Reservadamente, um integrante da executiva do PSDB lembrou que, no mesmo período na eleição de 2014, o senador mineiro Aécio Neves tinha até 20% da intenções de voto e uma estrutura profissional na pré- campanha.
Um dos primeiros contratados foi o jornalista Lula Guimarães, que será o marqueteiro da campanha de Alckmin. Lula já vinha atuando de maneira informal para o partido desde que Alckmin foi confirmado como pré-candidato. Em 2016, ele foi o responsável pela campanha vitoriosa de João Doria à prefeitura de São Paulo. O marqueteiro minimizou a situação do tucano nas pesquisas.
“Alckmin entra no jogo a partir de agora. Em 2016, o Doria chegou com 5% na boca da campanha, mas ganhou no primeiro turno”, disse ele ao Estado.
Além de Guimarães, também foram contratados o jornalista Carlos Graieb, ex-subsecretário de comunicação do governo paulista, que cuidará da assessoria de imprensa, e Marcelo Vitorino, que coordenará as redes sociais. O jornalista Márcio Aith, que também foi secretário de comunicação de Alckmin, vai coordenar o grupo ao lado de Guimarães e do cientista político Luiz Felipe Dávila.
O PSDB não revelou os valores dos contratos. A previsão do partido é que a campanha de Alckmin tenha um orçamento de R$ 70 milhões, sendo que um terço desse valor será destinado à comunicação.
Fatos políticos. Para ganhar terreno, o pré-candidato tucano vai intensificar a agenda de viagens, conceder mais entrevistas e turbinar as redes sociais com mensagens mais diretas. O ex-governador será apresentado como uma pessoa de hábitos simples. Em outra frente, será montada uma agenda de eventos para criar fatos políticos.
O primeiro deles já aconteceu na quinta-feira. O governador convocou a imprensa para anunciar a equipe que será responsável pela elaboração de seu programa econômico de governo. Na ocasião, ele apresentou o economista Edmar Bacha como responsável pelas propostas de comércio exterior na campanha. Na semana que vem, o ex-governador vai ao Rio de Janeiro, que está sob intervenção federal na área de segurança pública, para anunciar os formuladores do seu plano para o setor. O economista Leandro Piquet Carneiro será anunciado como o coordenador da área.
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