Por Cristian Klein | Valor Econômico
RIO - O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM) saiu do MDB, mas o MDB não deve sair de sua candidatura. Pelo menos é o que defendeu ontem o governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, para quem Paes pode ganhar a eleição à sua sucessão até no primeiro turno. Pezão sugeriu que Paes seja o candidato de uma coligação encabeçada pelo DEM e que reúna MDB, PP e outros partidos da base governista. Ocorre que Paes, em abril, trocou o MDB pelo DEM com o objetivo de se distanciar da imagem desgastada do partido, responsabilizado pela crise financeira do Estado e cujos principais líderes estão condenados ou investigados por corrupção.
Pezão negou que a imagem ruim do MDB atrapalhe o desempenho de Paes na disputa. "Acho que não, o MDB é o partido que tem o maior número de prefeitos do Estado, tem uma base grande no interior, na Baixada Fluminense, nas cidades grandes e tem o maior tempo de televisão, que vai contar muito para estas eleições. A gente continua sendo um grande fiel da balança", disse, depois de participar do XXX Fórum Nacional, organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae).
Pezão lembrou que Paes recuperou os direitos políticos na terça-feira em decisão liminar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que derrubou a inelegibilidade determinada pelo TRE. "Com essa segurança jurídica que ele teve, vai se solidificar mais ainda. Hoje vi pesquisas em que ele já aparece com o dobro do que eu aparecia em abril e maio de 2014. Vai ser um forte candidato. Se ele sentar e conversar, como está conversando com todos os partidos, pode até ganhar no primeiro turno", disse.
Para Pezão, o ex-prefeito é um "grande candidato". "É uma pessoa que pode fazer um grande mandato. Pode ter uma composição com DEM, PP, com quem sempre foi da nossa base. Agora vem a arte da conversa. Tivemos uma fase de falar que político não empolga mais. Hoje estamos vendo que as próprias pessoas que largaram aí já estão largando as candidaturas. Vai acabar ficando os políticos", disse, numa referência à desistência de outsiders como o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa (PSB), de concorrer ao Planalto, e do técnico de vôlei Bernardinho (Novo), de ser candidato a governador.
Para Pezão, é bem provável que seu sucessor receberá o Estado sob intervenção federal, pois a questão da segurança pública ainda demandará a ajuda da União. Mas disse a intervenção também pode ser suspensa antes do prazo de 31 de dezembro, caso o presidente Michel Temer queira aprovar alguma proposta de emenda à Constituição.
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