O mesmo podemos
dizer em relação ao populismo brasileiro. Seu berço maior é São Paulo, a
chamada locomotiva do Brasil. Dali partiram Ademar de Barros, Jânio Quadros,
Paulo Maluf e Lula da Silva.
Ademar foi
interventor federal sob o regime estadonovista (1938-1941), duas vezes
governador de São Paulo (1947-1951 e 1963-1966) e duas vezes candidato à
presidência da República, ficando na terceira colocação em ambas as disputas
(1955 e 1960). Deu origem ao ademarismo.
Jânio Quadros foi
vereador por São Paulo (1948-1950, quando assumiu o mandato após a cassação dos
vereadores do Partido Comunista - PCB). Em seguida, foi eleito deputado
estadual (1951-1953), prefeito de São Paulo (1953-1955), governador (1955-1959)
e, finalmente, Presidente da República (eleito em 1960). Uma carreira
meteórica, portanto. Deu origem ao janismo.
Paulo Maluf foi
outro populista de São Paulo. Teve uma carreira parecida com aquela dos demais:
prefeito de São Paulo (1969-1971 - voltando ainda ao posto nos anos 90),
governador (1979-1982) e candidato à Presidência da República, perdendo para
Tancredo Neves, a 15 de janeiro de 1985, no Colégio Eleitoral. Deu origem ao
malufismo.
Luiz Inácio Lula
da Silva, sindicalista, disputou o governo de São Paulo em 1982, perdendo as
eleições. Posteriormente, disputaria as presidenciais nada mais nada menos do
que quatro vezes, vencendo o último pleito, em 2002, exatamente 20 anos depois
de disputar o governo paulista. Deu origem ao lulismo.
Todas essas
candidaturas têm em comum a demagogia, o despreparo administrativo, o
aventureirismo, o conluio com o grande capital, o autoritarismo, apoiando-se
sobre a figura de um líder carismático, que tenta passar por cima das
instituições, desprezando-as e buscando o diálogo direto com as massas
populares. Todas se revelaram uma farsa política.
É possível que já
esteja em gestação - não para agora; nunca é... - uma nova candidatura
populista, partindo de São Paulo.
Daí a importância
da união do Campo Democrático na principal unidade da Federação, rechaçando o
populismo - muitas vezes um fascismo que não ousa dizer o nome - do nosso
horizonte. E essa união pode ser realizada em torno de Bruno Covas.
É possível. Também.
*Ivan Alves Filho, historiador, autor de mais de uma dezena de obras, das quais a última é A saída pela democracia (2020)
Nenhum comentário:
Postar um comentário