“A
coalizão responsável pela vitória eleitoral de Bolsonaro, embora não disfarce
seu mal-estar com o estilo truculento e grosseiro na presidência da República,
segue perfilada a ele em razão de encontrar nele as possibilidades de
realização do seu antigo projeto de submeter a sociedade à lógica de um
capitalismo sem freios sociais e políticos. No caso, é preciso corrigir a
postura dos que concebem o Centrão como um setor inarticulado de políticos à
deriva, disponíveis a quem os agraciar com benesses e prebendas. Na verdade,
bem mais que isso, esse bizarro agrupamento político é constituído por setores
retardatários do capitalismo brasileiro que visam sua conversão, pelas vias do
Estado, em potentes players do mundo dos negócios, como ilustra, entre tantos
outros, a trajetória de Ricardo Barros, expoente do Centrão, líder do governo
na Câmara dos Deputados que descobriu o filão da indústria de medicamentos
quando esteve à testa do Ministério da Saúde”
*Luiz Werneck Vianna, Sociólogo, PUC-Rio. “A pergunta que não quer calar”, Blog Democracia Política e novo Reformismo, 10/7/2021
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