Blog do Noblat / Metrópoles
Você acredita que o presidente conseguirá
se reinventar? Ou continuará o que é até o fim do seu mandato?
Quantas vezes você não ouviu ou leu que o
presidente Jair Bolsonaro, depois de mais uma diarreia verborrágica, agora
refluiria para nunca mais atacar adversários e instituições da República como o
Congresso e a Justiça? Devem ter sido muitas.
Pois auxiliares de Bolsonaro afirmam ter
ouvido que ele assim procederá doravante. Bolsonaro admite que se excedeu ao
chamar senadores da CPI da Covid-19 de bandidos, atacar ministros do Supremo
Tribunal Federal e usar a expressão “caguei”.
Sua situação vai de mal a pior a estarem
certas todas as pesquisas de intenção de voto aplicadas de janeiro para cá. Ela
só se agrava desde que a CPI foi instalada e, quanto a isso, não haverá muito
que fazer. O prazo para que a CPI chegue ao fim será prorrogado.
A batalha da opinião pública já foi perdida. Por larga maioria, os brasileiros acreditam que houve corrupção na compra de vacinas para combater o coronavírus, e que Bolsonaro sabia disso. Mais provas por vir deverão incriminá-lo. Fazer o quê?
Mas mesmo sem saber o que fazer, menos mal
seria não sair por aí dando tiros no que lhe assombra. Há que cuidar, e desde
logo, da montagem de uma força tarefa de elevado saber jurídico para rebater as
acusações que lhe fazem e que serão feitas.
No campo político, infelizmente para alguns
desses auxiliares, mas não para os mais levados em conta por Bolsonaro, há que
adensar relações com o Centrão, ainda aliado do governo. Adensar significa: dar
o que ele lhe pede para que não o largue de mão.
Nada de jogar todas as suas fichas no apoio
irrestrito das Forças Armadas confiando cegamente na fidelidade dos seus atuais
comandantes. Na hora do vamos ver, eles sempre ficarão com a farda e os seus
superiores – e entre eles não se inclui golpe.
Sim e dar uma sacudida forte no governo com
a abertura de novas frentes de trabalho e a revitalização de algumas
consideradas natimortas. Isso passaria naturalmente por uma ampla reforma
ministerial para dar a impressão de que haverá um recomeço.
O almoço que Bolsonaro ofereceu, ontem, a
ministros no Palácio da Alvorada serviu para que muitas dessas ideias
circulassem. Ele as escutou sem revidar e concordou com algumas. Você acha que
Bolsonaro será capaz de se reinventar
Fux está menor do que a cadeira que ocupa
de presidente do STF
Em resposta às ofensas de Bolsonaro, Fux
promete buscar diálogo institucional com os demais Poderes
Generaliza-se no Supremo Tribunal Federal a
impressão de que sobra espaço na cadeira de presidente, ora ocupada pelo
ministro Luiz Fux. Ele já não foi bem na tentativa de livrar o ex-juiz Sérgio
Moro da suspeita de ter sido parcial na condução dos processos contra o
ex-presidente Lula.
E agora estaria se saindo pior no
enfrentamento das ofensas feitas ao tribunal e a alguns dos seus ministros pelo
presidente Jair Bolsonaro. A propósito de algumas dessas ofensas, Fux
limitou-se a soltar uma nota oficial anódina que sequer citou o nome do
ofensor; uma nota que traiu seu medo não se sabe do quê.
À falta de uma reação que participasse de
Fux, Bolsonaro voltou a avançar o sinal no fim de semana, elegendo o ministro
Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, como seu alvo
de estimação. Fux, desta vez, recolheu-se ao silêncio. Barroso está convencido
de que ele não o defenderá à altura.
Dois auxiliares de Fux subscreveram nota de
solidariedade a Barroso assinada por professores da Universidade Federal do Rio
de Janeiro.
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