Blog do Noblat / Metrópoles
Aumentar o número de urnas eletrônicas
auditáveis seria uma saída para acalmar o presidente da República. Doce engano!
Eram 11 os partidos contrários à volta do
voto impresso para as próximas eleições. Chegaram a firmar um pacto nesse
sentido, provocando a fúria do presidente Jair Bolsonaro que quer sepultar o
voto eletrônico, adotado há 25 anos e sem falhas até aqui.
Agora, segundo o jornal O Globo, são 15
partidos dispostos a derrotar amanhã no plenário da Câmara a proposta de voto
impresso. Ela já foi derrotada duas vezes na comissão especial que tratava do
assunto. Se passar na Câmara, no Senado não passará.
Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara,
e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), chefe da Casa Civil da presidência da
República, defendem que algo deve ser feito para diminuir o tamanho da derrota
de Bolsonaro e esfriar os ânimos dele.
Os dois têm conversado a respeito com
ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. O voto
eletrônico é auditável. Mas – quem sabe? – aumentar o número de urnas para
serem auditáveis não acalmaria Bolsonaro?
Enganam-se porque querem se enganar.
Bolsonaro escolheu o voto eletrônico para ser malhado por ele como um antídoto
à sua eventual derrota no ano que vem. É até melhor que o voto eletrônico seja
mantido para que ele diga que a fraude o derrotou.
A Câmara tem 513 deputados. Se 308 deles votarem a favor do voto impresso, a proposta seguirá para o Senado. Ali, dos 81 votos possíveis, o voto impresso precisaria de 49 para ser aprovado.
João Doria vem por aí com gosto de sangue
na boca
Governador de São Paulo acusa o senador
Flávio Bolsonaro de ter mentido no caso da compra de uma mansão em Brasília
Nem sequer ganhou ainda as prévias do PSDB
marcadas para novembro que deverão indicar o candidato do partido a presidente
da República em 2022, o governador de São Paulo, João Doria, quis mostrar que
está com gosto de sangue na boca.
Em entrevista ao podcast Flow, afirmou que
o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o Zero Um do presidente Jair
Bolsonaro, mentiu ao dizer que a mansão comprada por ele na área mais nobre do
Lago Sul de Brasília teria custado R$ 6 milhões.
“Sabe o preço da mansão?” – perguntou
Doria. E ele mesmo respondeu: “R$ 14 milhões. R$ 6 milhões foi o que ele
declarou e foi fazer o registro lá em Taguatinga [região administrativa do DF],
no cartório lá do fim do mundo para ver se ninguém descobria”.
Doria não apresentou provas, mas deve
tê-las. Não correria o risco de ser processado por mentir. O Ministério Público
do Distrito Federal abriu investigação preliminar sobre a compra da mansão.
Ainda não chegou a uma conclusão a respeito.
O negócio foi financiado pelo Banco de
Brasília (BRB). O senador se comprometeu a pagar R$ 3,1 milhões em um
financiamento de 30 anos. Ele teria pago R$ 181 mil à vista para quitar
impostos e mais R$ 2,87 milhões de entrada.
As parcelas representam o equivalente a 70%
da renda de Flávio como senador, que tem salário líquido de R$ 24,9 mil.
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