Revista IstoÉ
A tendência é que no processo eleitoral o que menos vamos ter será a discussão de projetos para o Brasil
O Brasil caminha para o mais violento
processo eleitoral da história republicana. Jair Bolsonaro, a soldo da
extrema-direita mundial, vai ensanguentar o ano de 2022. Não há qualquer
exagero nesta afirmação. Pelo contrário, os fatos, especialmente desde 2020,
desenham um cenário marcado pela violência. O que assistimos no último Sete de
Setembro será potencializado em escala nunca vista no Brasil.
Steve Bannon joga um papel fundamental neste processo. Não deve ser esquecido que ele designou como representante de sua organização extremista na América do Sul, Dudu Bananinha. Há também uma articulação com os radicais europeus e com árabes dos potentados petrolíferos. Acabou passando em branco, no Brasil, uma estranha relação entre Bananinha e xeiques bilionários do Oriente Médio. Vale recordar que ele acompanhou o pai na última visita à região, mas um mês antes tinha visitado Dubai — ficou famosa a patética fotografia com a mulher e filha, todos vestidos supostamente como árabes. Ninguém perguntou ao deputado paulista — sim, ele foi eleito para defender São Paulo, mesmo não residindo no estado, fraudando, portanto, o domicílio eleitoral — o que está fazendo na comitiva presidencial.
Apesar dos esforços do ministro Alexandre
de Moraes, que vai presidir as eleições de 2022, tudo indica que os extremistas
bolsonaristas vão estabelecer uma fabulosa campanha de fake news. Será muito
difícil retirar do ar sites e postagens criminosas, pois os provedores estarão
no estrangeiro e uma equipe de especialistas na desinformação vai garantir a
segurança desta ação criminosa, tudo sustentado por empresários estrangeiros e
por brasileiros que usarão das off shores como meio de pagamento.
A tendência é que no processo eleitoral o
que menos vamos ter será a discussão de projetos para o Brasil. A violência
verbal e física deve dominar o cenário político. Será o meio utilizado pelo
extremismo bolsonarista para evitar uma derrota acachapante nas eleições. A
estratégia é fugir do debate de ideias. Bolsonaro não deverá comparecer aos
debates e seus aliados vão espalhar por onde passarem fake news sobre os
adversários.
E a administração pública? Vai ser utilizada para fins eleitorais sem qualquer pudor. Pior ainda em um ano que a economia brasileira deve ficar estagnada, com a inflação em alta e alta taxa de desempregados. Um cenário, portanto, de caos social, indispensável para Jair Bolsonaro macular o processo eleitoral. É pagar para ver.
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