O Globo
Presidente estadual da sigla, João Maurício
afirmou que Lula tem buscado o diálogo com 'as mais diversas forças políticas'.
O deputado estadual André Ceciliano (PT), que preside a Alerj, se disse
surpreso com declarações
RIO — As declarações
feitas pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), em
entrevista publicada neste sábado (5) pela Valor Econômico, com críticas ao
ex-presidente Lula (PT), após anúncio de apoio à candidatura de Marcelo Freixo
(PSB) para governador, não foram bem recebidas por lideranças da sigla no
estado do RJ. Na tarde deste sábado, tanto o presidente estadual do partido,
João Maurício, quanto o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj),
André Ceciliano, se posicionaram contrários às afirmações de que Lula não teria
relevância na corrida
eleitoral para o governo do Rio, e de que ele estaria adotando uma postura
de "salto alto". O termo utilizado pelo chefe do executivo municipal
carioca desagradou os correligionários petistas.
"Ao que pese o nosso profundo respeito pela liderança do prefeito Eduardo Paes, a sua entrevista ao jornal Valor Econômico neste sábado, nos surpreendeu tanto pela forma quanto pelo conteúdo", escreveu Ceciliano.
"Depois de tudo o que viveu, Lula sabe
como ninguém que não se calça salto alto — nem na política nem na vida.
Esperamos montar no Rio e onde for possível alianças amplas em torno do
presidente Lula, porque é vital que todo o campo progressista seja pelo menos
capaz de dialogar, esteja ele à esquerda, ao centro e até à direita, e
por maior que sejam as nossas diferenças. O que está em jogo não é um projeto
futuro, mas de futuro, em que o diálogo deve voltar a prosperar",
concluiu o presidente da Alerj.
João Maurício, por sua vez, disse que o foco
do partido é a eleição de Lula à presidência, e que, sobre a crítica de postura
de "salto alto", argumentou que o ex-presidente tem buscado o
diálogo.
"Sobre salto alto nas eleições, hoje
não deve ter um ser político que tem dialogado tanto com as mais diversas
forças políticas do que o presidente Lula, com um diálogo sobre a preocupação
com o Brasil, compreendendo que o que está em jogo na eleição nacional é
recuperar a democracia, os direitos civis e a dignidade do povo
brasileiro", disse.
Ele também comentou sobre a aliança de Lula
com o deputado federal Marcelo Freixo (PSB), cadidato ao governo do Rio,
portanto rival de Felipe Santa Cruz (PSD), companheiro de partido de Paes.
"As alianças são feitas a base de
reciprocidade. Nós do Partido dos Trabalhadores estamos fazendo um gesto para o
PSB, porque este partido está trabalhando em um movimento nacional de apoio ao
Presidente Lula", acrescentou, deixando aberta, também, uma possibilidade
de diálogo com o PSD.
"É uma inverdade falar que o PT
quer o Governador, o Senador e o Presidente da República, pois o Marcelo Freixo
pertence aos quadros do PSB, que está em negociação para integrar a coligação
nacional do Presidente Lula Inclusive, o PT-RJ tem como prioridade central a
eleição do Presidente Lula, e se o PSD Nacional e o PSD do Estado abrirem
discussão clara sobre o apoio ao presidente Lula, certamente iremos sentar para
poder discutir qual é o melhor mosaico eleitoral que nós podemos montar para a
eleição".
Por fim, o presidente do PT-RJ rebateu as
críticas sobre a suposta irrelevância política de Lula no Rio de Janeiro dita
por Paes.
"Uma coisa é certa, temos uma grande
divergência com a opinião do Prefeito Eduardo Paes. O Presidente Lula é um
grande cabo eleitoral no Rio de Janeiro como em todo o Brasil. O Lula tem muita
credibilidade, o povo sabe tudo o que ele fez pelo estado e principalmente pelo
município do Rio de Janeiro. Tenho certeza que o apoio do Presidente Lula
significa muito no ponto de vista eleitoral no Rio de Janeiro", concluiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário