O Globo
Prefeito disse em entrevista ao Valor
Econômico que ex-presidente não tem relevância em eleição para governo do Rio
RIO — O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo
Paes, afirmou em entrevista
ao 'Valor Econômico' que o ex-presidente Lula (PT) não tem relevância
na eleição para o governo do Rio e que o apoio do petista
ao pré-candidato ao Palácio Guanabara Marcelo Freixo (PSB) demonstra uma
postura de “salto alto” de sua campanha. A declaração provocou reação por parte
do presidente do PT-RJ, João Maurício, que disse que o foco do partido está na
campanha à presidência.
“O Lula não é o fator relevante para mim
nesta eleição local aqui”, disse Paes, na entrevista, afirmando que o
ex-presidente não é um cabo eleitoral determinante no Rio como é em estados do
nordeste.
“A
posição tem sido: ‘Quero governo do Estado, Senado e Presidência da República e
quem quiser vir que bata palma pra mim'. A postura do Lula, eu diria com certo
salto alto no Rio de Janeiro, não é a de alguém que está buscando somar”,
completou.
Ele questionou as credenciais de Freixo, que é deputado federal, para ocupar o cargo. Segundo Paes, uma pesquisa encomendada pelo PSD mostra que o parlamentar teria perdido a ampla vantagem que tinha sobre o governador Cláudio Castro (PL), com quem estaria num empate técnico.
“Freixo
não tem qualquer experiência no Executivo. Como vai ajeitar a situação fiscal
(do Estado) alguém que a vida inteira defendeu todo tipo de irresponsabilidade?
Como vai atrair empresa alguém que a vida inteira disse que concessão e PPP é
uma desgraça do capitalismo mundial? Como vai enfrentar o problema da violência
alguém que defendeu a extinção da Polícia Militar?”, disparou.
Paes ironizou Freixo dizendo que “a vida
inteira quis essa imagem de rebelde” “aquela coisa Belchior, apenas um rapaz
romântico latino-americano sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes e
vindo lá de Niterói, ou São Gonçalo, sei lá de onde ele vem”.
O prefeito do Rio vem se movimentando para emplacar uma
candidatura competitiva contra Freixo, que é um de seus principais adversários
políticos. Na última quarta-feira, em reunião com o presidente nacional do PDT,
Carlos Lupi, ele oficializou a aliança entre o PSD e os pedetistas para a disputa
pelo Palácio Guanabara.
O encontro selou a união entre os pré-candidatos de ambos os
partidos — o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT) e o ex-presidente da
OAB Felipe Santa Cruz (PSD). Ainda não há definição sobre quem vai encabeçar a
futura chapa e a expectativa é que um se lance ao governo do estado e outro se
candidate ao Senado.
As movimentações do prefeito do Rio sobre
as disputas do Rio ocorrem após o PT dar a largada na formação de sua chapa com
Lula garantindo que o partido irá apoiar Freixo. Além disso, o partido lançou o
presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano
(PT), como pré-candidato a senador.
Ainda na entrevista, Paes afirmou esperar
que o PSD tenha um candidato ao Planalto. Enquanto a pré-candidatura do
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco esfria, o partido tenta atrair nomes como
o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e ex-governador do
Espírito Santo Paulo Hartung, para servirem de opções na corrida ao Palácio do
Planalto.
O prefeito do Rio avalia ainda apoiar o
pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, que irá fazer uma palestra para seu
secretariado neste domingo e com quem vai ter uma conversa política na
sequência.
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