O Estado de S. Paulo
Lula fatiou a Petrobras, Bolsonaro
distribui nacos do MEC a aliados
A cada dia fica mais fácil, graças ao Estadão, entender o que vem
acontecendo no Ministério da Educação há três anos e meio, desde a posse
de Jair Bolsonaro na Presidência da
República: ele, que acusa o adversário Lula de
ter fatiado a Petrobras entre seus aliados, e com razão, fatiou o MEC entre os
dele. Isso não sai de graça.
Está explicado por que Bolsonaro nomeou tantos incompetentes para ministro da Educação: Vélez Rodríguez não entendia nada de políticas públicas e mal falava português, Abraham Weintraub nem sabia o que acontecia no MEC, ocupado com sua guerra ideológica, Carlos Decotelli foi descartado pelo currículo tipo queijo suíço e, no fim, chegamos ao pastor Milton Ribeiro, que só abre a boca para falar besteira.
Tanto fazia se o ministro seria A ou B, o que importava era usar um dos três maiores orçamentos da República (mesmo depois do corte brutal definido pelo governo) para agradar à base política do presidente, ou melhor, do candidato à reeleição: os partidos do Centrão e os evangélicos, entre outros.
Primeiro, o Estadão revelou que havia
um gabinete oculto, ou do culto, negociando liberação de verbas para
prefeituras à custa de propinas em dinheiro, quilo de ouro, venda de bíblias...
Quem cuidava disso? Os pastores Gilmar e Arilton, impostos ao MEC por
Bolsonaro, segundo Milton Ribeiro, e frequentadores do Planalto, jatinhos da
FAB, reuniões de cúpula no ministério e de acertos com prefeitos.
Agora, os repórteres André Shalders, Breno
Pires e Julia Affonso mostrando, e comprovando, que o pregão para compra de
ônibus escolares, nesta terça-feira, 5/4, embutia grande risco de
superfaturamento, com preços até 55% acima do recomendado pela própria área
técnica da pasta. Com a imprensa e o MP, ficou mais difícil.
Assim como os evangélicos emplacaram os
dois pastores, o Centrão caprichou nas suas escolhas para o MEC: o diretor
responsável pelo processo, Garigham Amarante, era da liderança do PL na Câmara
e o presidente do FNDE, que paga a conta, é Marcelo Ponte, que era funcionário
do PP.
O PL é o novo partido de Bolsonaro, comandado
por Valdemar Costa Neto, o do mensalão e do petrolão. O PP é a sigla de Ciro
Nogueira, da Casa Civil, e Arthur Lira, presidente da Câmara. Ponte, aliás,
trabalhava no gabinete de Nogueira na Câmara.
O que PL, PP, Arthur Lira e Ciro Nogueira
têm a ver com educação, FNDE, ônibus escolar? E o que a bancada evangélica e os
tais pastores, com MEC, prefeituras e verbas públicas?
Ah! O que Lula e os militares dizem da Petrobras sob Bolsonaro e Carlos Suarez?
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