Com Cesar prestes a virar vice de Freixo, Eduardo Paes cita promessa de apoio de Rodrigo Maia: 'Deu a palavra'
Por Gabriel Sabóia / O Globo
RIO DE JANEIRO - A possibilidade de aliança
entre Marcelo
Freixo (PSB)
e César Maia (PSDB) para o governo do Rio desagrada o prefeito Eduardo
Paes (PSD), que contava com César para vice do seu apadrinhado, o ex-presidente
da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. Ao GLOBO, Paes
afirma que segue contando com “a palavra da família Maia” de que o apoio não
será dado a Freixo.
— Temos a palavra da presidência nacional
do PSDB e do deputado Rodrigo Maia que estarão com a candidatura do PSD —
afirmou o prefeito, que também refuta a possibilidade de se juntar à
candidatura de Freixo, com Santa Cruz concorrendo ao Senado. — Sem chance.
Felipe é candidato a governador — concluiu.
Em maio, Santa Cruz e Paes convidaram César Maia para ser o vice na chapa encabeçada pelo ex-presidente da OAB. De acordo com Santa Cruz, Cesar também seria responsável por coordenar o programa de governo e a comunicação da campanha. Até hoje, no entanto, César não respondeu ao convite. Até segunda ordem, a empreitada do PSD conta com o Cidadania e o PSDB em sua coligação. Procurado, Santa Cruz não se manifestou.
Freixo confirma convite a Maia
Freixo confirmou
o convite a César Maia para ser seu vice nas eleições deste ano. Ao GLOBO,
Freixo disse que o ex-prefeito da capital fluminense traduz valores que quer na
sua campanha e afirmou que César seria o nome ideal para conduzir as políticas
econômicas de um eventual mandato. A dobradinha entre eles ganhou força após
encontro neste final de semana entre os dois e o deputado federal Rodrigo Maia,
filho de César.
— Tenho o desejo de ter o César como vice,
sim. Me agrada muito essa possibilidade, o convite está na mesa e a aliança
está sendo construída. O César é uma pessoa que me agrada, de quem gosto e
confio muito. Precisamos de emprego e renda e o César tem muito a ajudar com o
conhecimento que acumula — afirmou.
Nesta segunda-feira, o PSDB fez chegar aos
ouvidos de César e de Rodrigo Maia que não haverá resistência à coligação, que
pode proporcionar um inusitado encontro no palanque fluminense entre tucanos e
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A aproximação é bem vista pela
equipe de Freixo, que busca ampliar o alcance da candidatura e vê em Cesar um
administrador tarimbado, capaz de quebrar a resistência de parte do eleitorado
à inexperiência do pessebista no Executivo.
Em maio, Santa Cruz e Paes convidaram César
Maia para ser o vice na chapa encabeçada pelo ex-presidente da OAB. De acordo
com Santa Cruz, Cesar também seria responsável por coordenar o programa de
governo e a comunicação da campanha. Até hoje, no entanto, César não respondeu
ao convite. Até segunda ordem, a empreitada do PSD conta com o Cidadania e o
PSDB em sua coligação. Procurado, Santa Cruz não se manifestou.
Maia já tem carta branca do PSDB
Segundo dirigentes tucanos, o deputado
licenciado Rodrigo Maia, que hoje é secretário estadual no governo de São
Paulo, tem total autonomia para articular uma eventual chapa Freixo-Maia. O
PSDB nacional preferiu não se envolver nas negociações e acompanha o assunto à
distância, já que o partido encolheu no Rio e esse movimento é lido como
algo que poderia contribuir para "revitalizar" a sigla no estado.
Para aliados, Maia tem trabalhado para ter
mais interlocução num eventual governo petista, caso Lula da Silva seja eleito
este ano. Por outro lado, o deputado tem procurado fazer movimentos políticos
demarcando sua posição contrária ao governo federal, já que ele foi alvo de
ataques do bolsonarismo quando era o então presidente da Câmara. Para os
tucanos, uma inflexão na direção do PSB é menos radical do que seria numa
aliança com o PT. Ainda assim, há militantes que fazem críticas nos bastidores
a articulação de Maia e dizem que trata-se de algo incoerente com a história da
sigla.
No entanto, tucanos experientes amenizam e afirmam que as ameaças constantes que o presidente Jair Bolsonaro faz contra a democracia tornam mais fácil de justificar alianças mesmo com adversários históricos, como é o caso do PT e de Lula. A dobradinha teria caráter semelhante com a composição feita para que Lula tenha o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) como vice em sua chapa. Nesse sentido, a ideia, segundo aliados, é unir forças contra o bolsonarismo, que nas eleições do Rio é representado pelo governador Cláudio Castro (PL), que busca a reeleição.
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