Valor Econômico
Encolhem a tal ponto, que a sobrevivência de ambos à cláusula de barreira em 2026 já é posta em dúvida
Dois partidos que costumam ter o que dizer nos processos eleitorais brasileiros parecem estar rumo ao abismo, na janela das filiações partidárias para participar da disputar da eleição municipal, que se encerra em outubro. Encolhem em praça pública o PSDB e o PDT, especialmente o primeiro, a tal ponto que a sobrevivência de ambos à cláusula de barreira em 2026 já é posta em dúvida por outros caciques partidários, que pressentem o cheiro de sangue. Não por outro motivo os dois partidos começaram as negociações para uma federação a curto prazo.
No caso dos tucanos, apenas nos últimos dias anunciaram saída 6 dos 7 vereadores paulistanos, o vereador Cesar Maia (Rio de Janeiro), e, de olho em 2026, o senador Izalci Lucas (DF). Nas últimas semanas também saíram o deputado federal Carlos Sampaio (SP), e o ex-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia. O deputado federal Beto Richa (PR) chegou a anunciar a migração para o PL, mas voltou atrás diante da resistência do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro em recebê-lo.
O golpe recebido pelo PDT também foi fundo,
mas data do mês passado, com a saída do senador Cid Gomes (CE) e de todo o seu
grupo político no Ceará, nada menos que 43 prefeitos. Os deputados federais não
o acompanharam porque correriam risco de perder o mandato por infidelidade
partidária. A direção nacional não liberou a saída deles, e no caso de mandato
proporcional a vaga é do partido, não do eleito.
O destino dos que saem representa a rendição
dos que se pretendem terceira via à polarização do país. Invariavelmente as
opções exercidas são por partidos alinhados ao bolsonarismo ou na órbita do
lulismo.
No dia 5 de abril encerra-se o prazo para a
troca de siglas para a disputa pelos postos de prefeito e vereador. Desde
sempre prefeitos e vereadores funcionam como cabos eleitorais de deputados nas
eleições seguintes e não por acaso a Câmara deve entrar em velocidade zero nas
próximas semanas, na mesma proporção que dirigentes partidários trabalham com
aceleração total.
Nessa hora fala alto o cálculo do fundo
eleitoral que cada partido terá para a eleição. O repasse exato para cada sigla
só será divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas estimativas
preliminares mostram PDT e PSDB mal posicionados para manter o porte com que
saíram das urnas em 2020. Os tucanos elegeram na ocasião 512 prefeitos, 416
vice-prefeitos e 4.336 vereadores. Os pedetistas 311 prefeitos, 316 vices e
3.409 postos na vereança. Estimativas feitas pelo Solidariedade - outro partido
a perigo - no início do ano indicavam que o PDT disporia de R$ 171 milhões para
gastar nas eleições e o PSDB, de R$ 156 milhões. Juntos, não valem o
Republicanos, com R$ 331 milhões.
No caso da eleição proporcional, há um ciclo
vicioso: quanto mais postulantes a vereador por um partido saem, mais difícil
se torna para quem opta por ficar atingir o quociente eleitoral.
“Os vereadores querem sobreviver”, admite o
presidente nacional do PSDB, o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, que não
joga a toalha. Para o goiano, a debandada deste ano não significa uma
debandada. “Esses casos todos mencionados não têm conexão um com o outro. São
um conjunto de situações pontuais e, em alguns casos, os que saíram não tinham
nenhuma ligação com o projeto do partido. Izalci, por exemplo, é um
bolsonarista de primeira hora. Cesar Maia nunca teve identidade conosco”, diz.
Ele afirma que também há fluxo na direção contrária, citando o caso dos
ex-senadores Dário Berger (SC) e Eduardo Amorim (SE).
Perillo confirma que o projeto da sigla é se
federar. Diz que os entendimentos com o Solidariedade estão avançados e que a
conversa com o PDT é firme. “Tudo para ser anunciado depois da eleição”,
ressalva. O presidente nacional do PDT, ministro da Previdência Carlos Lupi,
também não descarta. Nem confirma, joga para frente. “Para 2026 estamos
conversando com várias forças políticas”, limitou-se a responder.
Federações pressupõem alianças estáveis e
verticais, por no mínimo quatro anos. De pronto a situação nacional já complica
o arranjo. O PSDB tem um presidenciável, o governador gaúcho Eduardo Leite, e
faz oposição ao governo federal. O PDT está com assento no ministério e tem no
ex-governador cearense Ciro Gomes um contundente crítico do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, mas sem horizonte eleitoral depois dos 3% obtidos na
última disputa presidencial e da derrota em seu próprio Estado.
No plano regional, um único caso exemplifica a dificuldade desta tarefa e a fragilidade de ambas as legendas. Em 2016, uma chapa formada por PDT e PSDB ganhou com facilidade a eleição municipal em Natal (RN), elegendo para prefeito Carlos Eduardo Alves e para vice Álvaro Dias. Foi todo mundo embora. Carlos Eduardo tenta a reeleição este ano, mas desde 2023 está no PSD, de Gilberto Kassab. Sem o apoio da governadora Fátima Bezerra (PT), o PDT pareceu-lhe fraco para a empreitada. Em fim de mandato, o prefeito Álvaro Dias pulou em dezembro do PSDB para o Republicanos. O partido também ficou pequeno demais para seus projetos políticos. Republicanos no Nordeste é Centrão na veia, vota com o governo no Congresso, mas eleitoralmente se compõe com o bolsonarismo. Ele e o senador Rogério Marinho (PL) devem apoiar o deputado Paulinho Freire (União Brasil) na eleição natalense.
Um comentário:
..........................q
...........................u
que quadro triste
u........................Q
e........................UE QUADRO
TRISTE QUADRO
que quadro triste
■Vamos terminar com duas tragédias antidemocráticas controlando o pais::
=》Lula e sua articulação antiliberal pró-China de Xi Jiping e pró-Rússia de Putin...
.e..=》Bolsonaro e sua articulação antiliberal pró-Rússia de Putin e pró-Tramp.
O Demétrio Magnoli já descreveu este quadro em artigo magistral publicado aqui faz uns 3 ou quatro dias*.
(o artigo do Magnoli foi sobre as conecções Lula/Bolsonaro | Tramp e curriolas antiliberais com China, Irã, Rússia...).
*E alguém escreveu no artigo do Demétrio que ele estava delirando, ou viajando ou coisa assim e eu pensei:: a culpa é dessa incultura política (e de resto geral) do brasileiro, que não consegue enxergar o que está desenhado por Demétrio.
E agora esta descrição do Cezar Felício, de consequências internas contra a democracia resultante da dominação destas duas forças políticas delinquentes e antiliberais que são o bolsonarismo e o petismo.
Além de serem forças absolutamente incompetentes!
TÁ DOMINADO!
TÁ TUDO DOMINADO!
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