Vice de Humberto Costa no Recife, João
Paulo reconheceu ontem que o partido precisa fazer uma “profunda análise” do
processo eleitoral logo após as eleições
Manoel Guimarães
Candidato a
vice-prefeito na chapa puro-sangue do PT no Recife, encabeçada por Humberto
Costa, o deputado federal João Paulo fez um “mea-culpa” e reconheceu ontem que
seu grupo precisa, após as eleições, fazer um “profunda análise” do processo
eleitoral e do próprio PT. Segundo o petista, que ontem comandou a agenda de
campanha do PT numa caminhada no Alto do Pascoal, reconhecer a importância de
um exame do que ocorreu no partido também reside na postura adotada pelo
prefeito João da Costa (PT) na eleição, um dos responsáveis pela cizânia que se
tornou a candidatura petista neste ano, que só foi definida pela direção
nacional do partido em junho, às vésperas das convenções, após uma
controvertida prévia que terminou anulada.
João da Costa,
inclusive, tornou-se alvo de críticas da propaganda eleitoral de Humberto. Na
última semana, o candidato dividiu o tempo do programa eleitoral entre
questionamentos à postura do correligionário e críticas à Parceria
Público-Privada (PPP) da Compesa, na tentativa de atingir o candidato do PSB,
Geraldo Julio. De acordo com João Paulo, essa linha que vem sendo adotada no
guia deve pautar a reta final da campanha eletrônica.
“O PT nacional, a
partir dos problemas no Recife, escolheu outro candidato, e ele (o prefeito)
não apoiou, colocando-se claramente no apoio a Geraldo Julio. Isso fez com que
Humberto realçasse mais um sentimento que percebemos durante toda a campanha.
Talvez tenhamos levado muito tempo para tomar essa decisão, mas antes tarde do
que nunca”, avaliou João Paulo. “Não acredito que a linha da campanha mude
muito na orientação do programa eleitoral. Até o final da campanha, será
mantê-la do jeito que está”, completou.
Atrás
de recursos
O deputado justificou
a ausência de Humberto Costa no último domingo de campanha. O petista foi a São
Paulo acompanhar uma cirurgia do governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), que
luta contra um câncer. Além do motivo pessoal, Humberto iria aproveitar a
viagem para contatos com a cúpula nacional do PT. Isso porque existe uma expectativa
de liberação de recursos para a campanha do Recife, uma queixa antiga dos
petistas nos últimos meses.
“Estamos cumprindo o
que essencialmente teríamos que cumprir: intensificando as agendas, as
caminhadas, a animação da militância. Precisamos agora de um reforço mais
financeiro da nacional para esta reta final e há perspectivas de chegar um
apoio, mas estamos aguardando”, informou João Paulo.
Fonte: Jornal do
Commercio (PE)
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