Prefeito de SP diz que sentimento de adesão é majoritário
Silvia Amorim
SÃO PAULO - O presidente do PT, Rui Falcão, disse que o partido vai
trabalhar para atrair o PSD para a base da presidente Dilma Rousseff. O partido
vai se incorporar ao governo?
É hora de tratar de 2014, porque passaram-se as eleições municipais, e vamos
caminhar para uma definição. É público que existe um reconhecimento da grande
maioria dos dirigentes do PSD sobre a postura do PT quando da fundação do nosso
partido. Enquanto a maioria dos partidos trabalhou contra nossa criação, o PT e
a presidente Dilma sempre foram muito solidários. Existe boa vontade de parte
do partido em relação a essa convivência com o PT e, eventualmente, até em
relação à reeleição da presidente Dilma. Vejo simpatia majoritária no PSD em
relação à aproximação com o governo.
O senhor vai assumir um ministério em 2013?
É muito honroso para qualquer brasileiro que está na vida pública ser
ministro. Não é diferente comigo. Caso haja no futuro definição do partido, sou
daqueles que servem ao partido e ao país. Não é para já. Até final de dezembro
tenho a responsabilidade de governar São Paulo.
O PSD será aliado do PT na gestão de Fernando Haddad?
Todos sabem o quanto eu admiro o Serra. Sempre deixei claro que o Serra
sendo candidato eu entendia ser o mais bem preparado e continuo entendendo.
Como prefeito, vou dar tudo de mim para que haja uma transição exemplar. No
plano político, se está havendo essa aproximação, também me interessa que ele
(Haddad) vá bem. Caso tenha uma aliança com o PT no plano nacional, para o
êxito dessa aliança é importante que, na cidade de São Paulo, um prefeito que
integra um partido da aliança vá bem. Não tenho nenhum constrangimento, faço
isso de cabeça erguida até porque só quero contribuir.
Não pode parecer ao eleitor oportunismo do PSD, que foi adversário do PT na
eleição, aliar-se a Haddad?
Não estou falando de cargo. Estou falando de envolvimento pessoal e
político. Não existe fisiologismo na relação. Tanto não existe que o PSD vota
com a presidenta Dilma há um ano e meio e não quis cargos. Foi oferecido, todo
mundo sabe.
Como o PSD se saiu nas urnas?
O PSD se saiu bem, se consolidou como o terceiro ou quarto partido do país.
No Congresso, somos a terceira bancada; em número de prefeitos, a quarta; em
vereadores, a quinta; no número de votos, terceira ou quarta. Então, o partido
saiu dessa eleição consolidado entre os cinco maiores partidos brasileiros.
Que partido se mostrou o principal aliado do PSD?
O PSB do governador Eduardo Campos é o grande parceiro. Em todos os estados
temos parceria. Ela é forte com vistas ao futuro e vai se solidificar.
A decisão do PSD sobre 2014 levará em conta o caminho do PSB?
O PSD vai adotar a sua posição, e o PSB, a dele. O que eu disse é que o PSB
é um aliado natural, mas a decisão do PSD será tomada pelo PSD.
A fusão está descartada?
Se um dia tiver fusão, a melhor ideia é o PSB. Mas uma fusão é sempre
difícil, em especial para um partido como o PSD, que hoje é grande.
Para muitos integrantes do PSDB a sua gestão foi um dos motivos da derrota
de Serra.
É até infantilidade acreditar nisso porque todos sabem que tem alas do PSDB
que têm problemas conosco. Levar a sério afirmações de quem tem essa
animosidade é não entender de política.
O sr deixa a prefeitura daqui a dois meses. Sentirá falta ou alívio?
A prefeitura é o lugar em que fiquei mais tempo na vida. Vou ter saudades,
mas está na hora de parar.
Fonte: O Globo
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