Possível adversário de Dilma em 2014 tem encontros políticos e faz duas palestras na Capital hoje
Juliano Rodrigues
Além de apresentar aos gaúchos o governador de Pernambuco e possível candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), a festa de aniversário do deputado federal Beto Albuquerque, realizada na noite de ontem, em Porto Alegre, teve outros dois efeitos. Escancarou as fissuras entre a legenda e o PT no Estado e mostrou um começo de namoro entre os socialistas e o PP.
Recebido sob gritos de "É Eduardo presidente do Brasil", Campos disparou críticas ao Planalto e reforçou o discurso de alternativa ao projeto petista de poder, sustentando a necessidade de incrementar a participação da indústria no PIB:
– Não podemos resumir o debate ao projeto de poder de um partido ou de outro. Isso é pequeno. (...) No Brasil, não é proibido debater. Se a gente coloca defeito, ou é candidato ou é contra. Isso é uma tentativa de aniquilar a democracia no Brasil. Não podemos mediocrizar o debate.
Nos bastidores, representantes do PSB admitiram que a candidatura do pernambucano pode levar o partido a apoiar a senadora Ana Amélia Lemos (PP) na eleição para o Piratini, devido à necessidade de estabelecer um palanque para Campos no Estado.
Ana Amélia despistou sobre uma coligação com o PSB e ressaltou a ausência de representantes petistas no jantar. Durante a leitura das autoridades presentes na festa, a cerimonialista citou a sigla PT para, depois, completar a frase com o nome de algum representante. No entanto, reinou o silêncio, sucedido por vaias e novos gritos de "É Eduardo presidente do Brasil!".
– É uma reunião pluripartidária, temos representantes de todos os partidos... Acredito que, acima de tudo, esta é a celebração do aniversário de um grande líder – opinou a senadora, que, em seu discurso, foi aclamada pelos militantes do PSB.
Hoje, o presidente do PP, Celso Bernardi, irá a Brasília pedir à executiva nacional que libere o diretório gaúcho para formar uma coligação diferente no Estado. Nacionalmente, o PP deve apoiar a reeleição de Dilma Rousseff.
O governador de Pernambuco garantiu que "o PSB não fará uma opção eleitoral, mas política" nas eleições para o Piratini. Hoje, o partido tem o vice-governador, Beto Grill.
Quem é Campos
- Governador reeleito de Pernambuco, é neto do ex-governador Miguel Arraes (1916-2005). Aos 47 anos, é casado e pai de três filhos. Tem formação em Economia.
- Tornou-se a aposta do PSB para as eleições de 2014 e é considerado um potencial adversário da presidente Dilma Rousseff.
IMPLICAÇÕES NO RS
- Se a candidatura se confirmar, Campos precisará de palanques regionais, o que resultará em um provável racha na base do governador Tarso Genro (PT). Abre-se a possibilidade de que o PSB deixe o Piratini para buscar aliança com outra sigla.
AGENDA NA CAPITAL
- Hoje, Campos participa do Tá na Mesa, reunião-almoço da Federasul, e do 26º Fórum da Liberdade, a partir das 18h. Nas suas palestras, o governador vai tratar de três temas: gestão por metas, meritocracia e parcerias público-privadas (PPPs).
- Pela manhã, Campos faz visitas ao governador Tarso Genro e ao prefeito José Fortunati. À tarde, o político recebe uma homenagem na Assembleia Legislativa.
Fonte: Zero Hora (RS)
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