Em debate na Força Sindical, governador defende acesso da população a bens e serviços públicos de qualidade como passo adiante às políticas sociais e volta a criticar governo
SÃO PAULO - O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), defendeu ontem a criação de uma "política social 2.0", para que a população tenha acesso aos bens e serviços públicos de qualidade. Aliado do governo federal, mas cotado para ser candidato à sucessão da presidente Dilma Rousseff, Campos criticou diretamente as ações de incentivo ao consumo por meio da garantia de renda, uma das bandeiras do PT, iniciada ainda no mandato do ex-presidente Lula.
"Precisamos olhar as políticas sociais, mas precisamos também de outras conquistas que seria uma política social, digamos, 2.0. O direito ao consumo do serviço público de qualidade. Para completar uma cidadania que não é só consumir uma televisão, uma máquina de lavar", disse Campos, durante palestra na Força Sindical.
Apesar da antecipação do debate sucessório, Campos fez questão de evitar uma ligação entre as críticas e a campanha de 2014. "Lamentavelmente, qualquer colocação nesse sentido é levada à questão eleitoral. Política é maior que o eleitoral e o eleitoral não pode derrotar o debate político", afirmou.
Como exemplo dessa política social 2.0, Campos defendeu investimentos em saneamento e na saúde preventiva. Ele lembrou que 96% dos municípios brasileiros não conseguem fazer convênios com a União e voltou a defender um novo pacto federativo.
Campos também criticou a política energética brasileira e a utilização de térmicas a carvão e a óleo para compor a oferta de energia com a redução nos níveis das hidrelétricas. Durante uma sessão de perguntas dos presentes, o governador voltou a pedir cuidado com a inflação, porque se a meta (de 6,5% ao ano para o IPCA) for rompida, a distribuição de renda será atingida. Ele se mostrou contra qualquer forma de controle da mídia, apesar de avaliar que há membros do PSB favoráveis.
O presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva, Paulinho (PDT-SP), afirmou que "vê com bons olhos" a pré-candidatura do governador à Presidência. Ele ponderou, no entanto, que não pode afirmar se a central sindical ou o PDT embarcariam numa eventual campanha de Campos. "Estamos bastante incomodados com os quase três anos de governo Dilma", disse.
Fonte: Jornal do Commercio (Pe)
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