terça-feira, 9 de abril de 2013

Em São Paulo, Campos diz que consegue gerir Pernambuco de longe

Governador mostra tablet e afirma que novas 'ferramentas de gestão' permitem governar 'mesmo quando está fora'

Agenda inclui ainda ato no Rio Grande do Sul; viagens são custeadas pelo partido do pré-candidato à Presidência

Paulo Gama e Fábio Guibu

SÃO PAULO, RECIFE - Fora de Pernambuco para participar de um congresso da Força Sindical em São Paulo e de um jantar organizado por seu partido no Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Campos (PSB) sustentou ontem que não precisa estar em seu Estado para governar.

O pernambucano, que é pré-candidato à Presidência da República, atravessou ontem o Brasil, em quase 4.000 km, para cumprir agenda pública em três regiões do país.

Depois da assinatura de uma lei no Recife, foi a São Paulo falar a sindicalistas.

Na sequência, partiu para Porto Alegre, onde foi à comemoração do aniversário de um deputado do PSB.

Questionado sobre possíveis dificuldades para governar à distância, mostrou seu tablet e disse: "Hoje a gente usa essas ferramentas de gestão, em que acompanhamos toda hora. Eu tenho aqui o mapa da estratégia, metas, resultados. Mesmo quando eu estou fora estou trabalhando."

Segundo o governador, a agenda "lá [em Pernambuco] também é intensa". "É de domingo a domingo, ontem [anteontem] mesmo trabalhei."

Campos tem tido extensa agenda de compromissos fora de seu Estado. Neles, se encontra com empresários, políticos e sindicalistas.

Na sexta, foi a Santos para o congresso paulista de municípios, onde foi recebido com faixas que o saudavam como "futuro presidente". No final de semana, abriu um seminário do PSB no Rio.

Ontem, ouviu do presidente da Força, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), que "a central vê com muito bons olhos sua candidatura".

No discurso, Campos falou sobre temas nacionais. Criticou a política de desonerações do governo federal e, mesmo sem citar Dilma Rousseff, disse que o país "piorou" nos dois primeiros anos em que ela esteve no Planalto.

O PDT, ligado à Força Sindical, integra a base de apoio de Dilma -controla o Ministério do Trabalho. A sigla, no entanto, tem colocado em dúvida a continuidade da aliança e vem se aproximando do PSB. Ontem, o deputado disse que o ministério "faz parte do acordo de 2010" e que "2014 é outra história."

Custos

As viagens como as de ontem, em que Campos não tem agenda oficial como governador, são pagas pelo PSB, que tem como principal fonte de receita o fundo partidário.

A sigla custeia as viagens de Campos e de sua comitiva em jatinhos particulares com base no estatuto do partido, que permite o uso de táxi aéreo por seu presidente nacional, cargo de Campos.

Em 2011, o partido informou ter gasto R$ 623,1 mil com o fretamento de aviões para Campos, equivalente a cerca de R$ 52 mil mensais. De junho a agosto de 2012, essa média mensal saltou para R$ 78 mil.

Fonte: Folha de S. Paulo

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