Dia Nacional de Lutas foi marcado pela baixa adesão no Recife, mas com vários grupos envolvidos, reivindicações foram amplas. De "Fora, Dilma" e "Fora, Eduardo" à reforma política, 10% do PIB para a educação e fim do fator previdenciário.
Suape
Pela manhã, a PE-60, que dá acesso ao porto, foi fechada. Houve engarrafamento, mas os manifestantes se retiraram logo às 10h, sem violência.
Reunião
Membros do governo receberam sindicalistas na Assembleia, discutiram propostas mas não foram firmados compromissos.
Eduardo
Em viagem ao Sertão, governador não escapou das manifestações. Em Salgueiro e Serrita ele foi alvo de cobranças populares.
Mobilização
Ocorreram manifestações em todas as 26 capitais e no Distrito Federal, além do bloqueio de 48 rodovias em 18 Estados
Pouca gente, muito protesto
Ato das centrais sindicais no Recife teve adesão bem menor do que o esperado e alvos diferenciados nos cartazes
Carolina Albuquerque, Juliane Menezes
Sob forte chuva, integrantes de movimentos sindicais e outras organizações da sociedade civil marcharam na tarde de ontem pelas principais ruas do Centro do Recife para marcar o Dia Nacional de Lutas, em Pernambuco. Com o comércio esvaziado e lojas fechadas, a passeata aconteceu de forma pacífica e sem provocar grandes problemas no trânsito.
As centrais sindicais, organizadoras do movimento, e a Polícia Militar, estimaram em cerca de 10 mil o número de participantes. A Secretaria de Defesa Social (SDS), porém, calculou que apenas mil manifestantes participaram do ato. No dia anterior, a expectativa das centrais era bem maior. Elas pretendiam reunir 60 mil pessoas.
Os protestos começaram pela manhã, com um bloqueio na PE-60, rodovia de acesso ao Porto de Suape. Houve congestionamento, mas a situação começou a se normalizar às 10h, devido às fortes chuvas. Os poucos trabalhadores presentes começaram a se dispersar. Guiada por um trio elétrico, providenciado pela Força Sindical, e outros carros de som, a passeata atraiu bandeiras diversas, de partidos políticos e outras entidades. Diferentemente dos protestos que tomaram o País nas última semanas, o de ontem foi organizado pelas principais centrais sindicais - Central Única de Trabalhadores (CUT), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Força Sindical, Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).
Algumas lideranças políticas participaram do evento, como o petista e vereador Luiz Eustáquio e o ex-vereador Múcio Magalhães, além de Edilson Silva (PSOL) e os deputados estaduais Daniel Coelho (PSDB) e Severino Ramos (PTN).
Na passeata, havia cartazes e bandeiras com frases como "Fora Dilma", "Fora Eduardo" e "Renão!" - um trocadilho com o nome do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Havia também referências a reivindicações antigas, como a reforma política, melhor qualidade no transporte público, 10% do PIB para a educação, e o fim do fator previdenciário.
Alguns ônibus também chegaram do Interior. Caso do que trouxe membros da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado (Fetape), que fizeram críticas ao governo Eduardo Campos (PSB). "É preciso mais políticas públicas para atender o campo e avançar na liberação de áreas de assentamentos do Estado, que está parado", disse Cleibson Neves, representante da Fetape. Um momento de tensão ocorreu quando manifestantes mascarados se posicionaram à frente da passeata. Segundo o major da PM Amaral Neto, a Força Sindical pediu aos policiais para que pessoas mascaradas não participassem do protesto. O grupo vestido de preto gritava pelo passe-livre. Os manifestantes se identificaram como estudantes e prosseguiram, acompanhados por PMs. O protesto terminou na Assembleia Legislativa.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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