Sem as camisas e bandeiras vermelhas do partido, petistas participaram discretamente dos atos convocados pelas centrais. No mês passado, o PT foi hostilizado nos protestos.
Desta vez, PT tem participação discreta em atos
Partido orientou militantes a não fazer ação ostensiva
Silvia AmoriM; Gustavo Uribe e Letícia Lins
SÃO PAULO e RECIFE- Depois de terem sido hostilizados no mês passado, durante as manifestações organizadas em redes sociais, os petistas decidiram ontem participar de forma discreta do ato organizado em São Paulo pelas centrais sindicais. Militantes chegaram à Avenida Paulista sem as tradicionais bandeiras e camisetas vermelhas com a estrela no peito. Por orientação da direção petista em São Paulo, muitos filiados usaram camisetas da Central Única dos Trabalhadores (CUT), entidade afinada com o governo.
Na semana passada, a Executiva Nacional do PT fez um chamamento a seus militantes para que participassem das manifestações de ontem.
Em Recife, diferentemente de São Paulo, o ato nas ruas do Centro foi marcado pela presença de bandeiras de partidos políticos que, dessa vez, não foram hostilizados. Só três legendas, no entanto, marcaram presença na manifestação: PSTU, PC do B e PT.
O PT paulistano marcou ato do partido em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, para apoiar os trabalhadores, mas também fazer reivindicações do partido, como um plebiscito para a reforma política e a aprovação de um marco regulatório da mídia.
O presidente estadual do PT em São Paulo, Edinho Silva, tentou explicar a presença dis-
creta de petistas no evento:
— Nós demos uma orientação para que não tivesse nenhuma ação ostensiva do partido para que não tivesse mais visibilidade do que as centrais sindicais. Esse não é um ato liderado pelo PT.
O secretário de mobilização do PT da capital paulista, Álvaro Abreu, negou que a participação discreta tenha tido o intuito de evitar hostilidades.
Na última vez em que o PT participou de um ato na Avenida Paulista, no dia 20 de junho, o lado de um grupo da CUT, para comemorar a redução da tarifa do transporte público, militantes foram hostilizados e agredidos. A legenda teve bandeiras quebradas e queimadas.
Manifestantes questionaram, na ocasião, a presença de partidos na passeata, uma vez que a redução do preço da passagem de ônibus e metrô na cidade havia sido conquista de movimento organizado de forma espontânea nas redes sociais, sem a ajuda de legendas.
Fonte: O Globo
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