Após destinar R$ 8 bi para Haddad na capital, presidente libera R$ 2,1 bi para o ABC, região de predominância petista
Cem prefeitos do interior receberam da União caminhões, retroescavadeiras e motoniveladoras
Diógenes Campanha
SÃO PAULO - Em sua quarta viagem ao Estado de São Paulo em 20 dias, a presidente Dilma Rousseff anunciou ontem a destinação de R$ 2,1 bilhões para obras no ABC, reduto petista na região metropolitana.
A promessa de recursos ocorre em um momento em que Dilma busca recuperar a popularidade perdida após os protestos de junho e o PSDB, que governa São Paulo há quase 20 anos, enfrenta desgaste devido às denúncias de cartel em licitações do trem e do metrô.
Os petistas consideram a elevação dos índices de aprovação de Dilma em São Paulo fundamental para sua reeleição no próximo ano.
Ela já havia destinado, no dia 31 de julho, R$ 8 bilhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para a capital paulista, administrada por Fernando Haddad (PT), um dos principais alvos das manifestações.
Ontem, em São Bernardo, as sete cidades do ABC --três delas governadas por petistas-- foram contempladas com R$ 793 milhões para a construção de corredores de ônibus, R$ 1,8 bilhão para unidades do programa Minha Casa, Minha Vida e R$ 104 milhões para contenção de encostas em áreas de risco.
Segundo os ministérios do Planejamento e das Cidades, os recursos para os corredores virão do pacote de R$ 50 bilhões que Dilma anunciou para a mobilidade urbana após os protestos.
O Planejamento informou que o pleito total dos municípios do ABC para mobilidade era superior a R$ 4 bilhões.
Em seu discurso, Dilma não fez referência explícita aos adversários, mas disse que, "no passado", o governo federal não investia em obras de transporte coletivo.
"Foi no final do governo Lula que começamos a fazer", declarou a presidente.
Dilma também reuniu cem prefeitos do interior, onde o governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem os maiores índices de aprovação, para entregar a cada município as chaves de uma retroescavadeira, uma motoniveladora e um caminhão.
Fonte: Folha de S. Paulo
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