Por Murillo Camarotto
RECIFE - O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, reuniu ontem, no Recife, as lideranças do partido nos seis maiores colégios eleitorais do país, a fim de discutir as eleições de 2014. Na pauta, críticas ao governo federal e a definição da estratégia para a conquista de uma bancada mais consistente na Câmara dos Deputados, bem como para a formação dos palanques estaduais que darão suporte à candidatura de Campos ao Palácio do Planalto.
O encontro, realizado em um hotel na Zona Sul do Recife, não havia terminado até o fechamento desta edição. Na chegada, o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), um dos mais ferrenhos defensores da candidatura Campos, disparou contra a política econômica do governo petista. Para ele, a atual administração está "brincando" com a crise econômica mundial.
"Não adianta nadar contra a maré e não querer reconhecer a verdade. Se brincar com a crise, com a inflação e com as contas públicas, nós podemos pôr a perder muitas conquistas que levaram 40 milhões de brasileiras à classe média", disse o parlamentar. "A economia não cresce, o dólar dispara e as contas externas são as piores em muitos anos. Se o governo não quer enxergar isso, pode custar muito", completou.
A meta do PSB é elevar a bancada feral dos atuais 35 parlamentares para 50 deputados nas eleições do ano que vem, por isso o encontro com representantes seis maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul.
Pouco disposto a falar em eleições, Campos disse tratar-se uma reunião ordinária, que normalmente seria realizada em Brasília, mas que ocorreu no Recife por "compreensão dos companheiros". "Vamos ver como estão as candidaturas a deputado estadual, federal e se já temos candidaturas majoritárias nos Estados", disse o governador, evitando falar em candidatura presidencial.
O PSB planeja ter candidato a governador em pelo menos dez Estados em 2014. Além dos seis atuais (Pernambuco, Paraíba, Piauí, Ceará, Amapá e Espírito Santo), a legenda pretende ter candidato em Minas Gerais, Roraima, Goiás, Tocantins e Distrito Federal. Há também possibilidade de candidatura na Bahia e no Rio Grande do Sul.
"Neste momento, o primordial, para nós do PSB, é criar todas as condições para que Eduardo tome a decisão de ser candidato. Que nós não deixemos nenhuma condição desfavorável para impedi-lo de tomar essa decisão", afirmou Albuquerque, que diz procurar alinhamento com o PP, o PMDB e o PDT para sustentação do palanque de Campos naquele Estado.
O PDT é uma das legendas apontadas por correligionários de Campos como potencial aliado em nível nacional. Segundo o líder do partido no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), o partido intensificará as negociações desta aliança após o término do prazo para as filiações.
Fonte: Valor Econômico
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