O novo ministro do STF, José Roberto Cardoso, disse, ontem, que o mensalão não é o maior escândalo de corrupção da história brasileira.
Pra que? Qual a importância de saber se é – ou não – o maior. Qual seria o gabarito a ser usado para fazer a comparação com outros escândalos? O volume de recursos movimentados? Por aí, certamente, não é. O número de pessoas envolvidas? Também não. A importância delas? Talvez, mas seria preciso fazer uma pesquisa na história para responder.
A importância do escândalo não está no seu “tamanho”. Está, em primeiro lugar, no fato do processo estar sendo julgado pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, de forma transparente, com o acompanhamento de toda Nação. Em segundo lugar porque estão envolvidos líderes políticos, de diversas correntes, que comandaram e tiveram influência no país por muito tempo. Em terceiro lugar porque, ao contrário do senso comum, gente poderosa também é atingida pela Justiça. E, finalmente, porque a partir de agora nenhum governante vai se meter a compor maioria nas casas legislativas através da distribuição de dinheiro.
Hoje, o ministro mudou o seu discurso e disse: “Considero ( o processo do mensalão ) um marco histórico e espero que seja o ponto de partida para uma virada institucional. Pode-se dividir o país em antes e depois, desde que se dê o desdobramento punitivo e também institucional”.
Melhor assim. Não é o maior, nem o menor. É um marco histórico. E é. E pode ser uma virada institucional, que não vai se realizar por geração espontânea. É o povo que faz. Ou não.
Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB, foi governador de S. Paulo
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