Ministro do PSB permanecerá à frente da Integração Nacional até o fim da próxima semana, segundo assessores
Presidente quer voltar a falar com Eduardo Campos, que anunciou anteontem entrega dos cargos de seu partido
Natuza Nery, Tai Nalon
BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff pediu ontem ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra (PSB), que permaneça no cargo até a próxima semana.
Segundo a Folha apurou, Dilma quer conversar novamente com o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, que anunciou oficialmente anteontem a entrega dos cargos que seu partido ocupa no governo federal.
Com o desembarque, o PSB fica livre para estruturar a pré-campanha de Campos, provável candidato à Presidência da República em 2014.
Na conversa de ontem com Bezerra, marcada para que o ministro se despedisse formalmente da chefe, Dilma afirmou ter sido surpreendida com a saída do PSB. Por conta disso, sequer pensara em um nome para substituí-lo, conforme relato do encontro feito por um auxiliar.
O PMDB e o PT cobiçam a vaga, mas ainda não há definição sobre quem assumirá o ministério.
Ontem, chegou-se a especular o nome do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM). Ele esteve com Dilma logo após a reunião dela com Bezerra. O senador, entretanto, negou de forma enfática qualquer articulação nesse sentido.
Dilma viajará a Nova York no próximo domingo para participar da abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas. Retornará ao Brasil entre quarta e quinta-feira.
Segundo o porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, Fernando Bezerra poderá se reunir novamente com a presidente até o dia 27. Os dois permaneceram juntos ontem por cerca de 30 minutos.
Nenhum interlocutor consultado pela Folha soube explicar a razão de a presidente querer conversar novamente com Eduardo Campos.
Procurado pela reportagem, o governador afirmou não ter sido contatado pelo Planalto, e autorizou Bezerra a ficar mais uma semana. Mas alertou: "Isso [a entrega dos cargos] está superado. É a decisão do partido."
No entanto, setores da sigla que se opuseram à ruptura devem apresentar alguma resistência. No PT, afirma-se que o ministro dos Portos, Leônidas Cristino, indicado pelo governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), pode seguir na vaga. Ele está em viagem oficial ao Panamá.
A promessa de Campos de permanecer votando junto com o governo no Congresso, mas sem ocupar cargos, ainda que vista com cautela por palacianos, foi avaliada como de bom tom por Dilma.
Fonte: Folha de S. Paulo
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