Pedro Venceslau
Provável candidato à Presidência em 2014, o senador mineiro Aécio Neves dominou sozinho ontem o programa nacional do PSDB na TV. Na condição de presidente nacional do partido, ele gastou a maior parte do tempo criticando o governo federal, mas aproveitou para fazer um gesto de aproximação com o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), o único que foi citado nominalmente. "São Paulo tem um programa extraordinário do PSDB, que é conduzido pelo Alckmin. São as ETECs (Escolas Técnicas Estaduais)".
Em seguida, o programa mostrou o depoimento de um aluno. O principal desafio de Aécio para se viabilizar em 2014 é construir uma base sólida em São Paulo. A relação dele com o governador é cordial no trato pessoal, mas politicamente fria desde 2006. Os tucanos paulistas reclamam que naquele ano, quando Alckmin disputou o Palácio do Planalto, Aécio não se engajou na campanha.
Desafeto do mineiro, o ex-governador José Serra, que pleiteia no PSDB a vaga de candidato presidencial, foi excluído do programa partidário.
O senador mineiro também escolheu São Paulo como pano de fundo para abordar as manifestações de junho.
Sentado em uma escada e cercado de jovens, Aécio bateu "um papo reto" e disse que o alvo das ruas não foi um partido ou governante. "Foram todos que fazem política, e isso me inclui", afirmou o tucano.
Inflação. O tema inflação voltou a servir de mote para críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff. Uma feirante de Campina Grande, na Paraíba, apareceu reclamando do preço dos alimentos e dizendo que seu lucro foi reduzido. Seguindo o formato do site tucano "Conversa com os brasileiros", senador fez grande parte de suas falas dentro de um ônibus em movimento.
"Porteira". A "caravana" passou também pelo interior do Ceará e Mato Grosso antes de chegar à capital paulista. Usando personagens como gancho, o tucano criticou a falta de investimentos em infraestrutura, reclamou das obras federais paradas e atacou o tamanho da máquina estatal. "Da porteira para dentro não existe País no mundo mais produtivo que o Brasil. O problema começa da porteira para fora."
Marqueteiro do PT, João Santana adotou na campanha de Fernando Haddad à prefeitura paulistana em 2012 um slogan padecido - de que a vida das pessoas mudou "da porta de casa para dentro" nos governos do PT, mas precisaria mudar da porta para fora.
Sem citar diretamente o Bolsa Família, o senador disse, ainda, que é preciso "dar condições" para as pessoas empreenderem.
Fonte: O Estado de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário